Viver em grandes cidades não é fácil: correria, trânsito, poluição… Além disso, toda essa pressão pode afetar diretamente os aspectos físicos e psicológicos. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (IPOM), sete em cada dez pessoas que moram em localidades com mais de dois milhões de habitantes apresentam sintomas frequentes ligados a transtornos psíquicos.
Neste momento, podem surgir alguns questionamentos: mesmo em meio às atribulações do cotidiano, por que existem pessoas que não sofrem com a rotina agitada desses grandes centros? Qual a razão para alguns se adaptarem tão bem às opções de vida disponíveis?
Cada um é cada um
O que ajuda a explicar essas dúvidas, até certo ponto, é que cada indivíduo é único. A expressão pode parecer, de certo modo, clichê e óbvia, mas descreve o que ocorre em situações como essas, já que o lado subjetivo é que vai determinar as escolhas. “Existem diversos aspectos psicológicos e sociais envolvidos. Depende do que a pessoa pensa sobre si, sobre o mundo urbano, sobre cidades do interior, de que maneira ela compreende suas relações sociais, como são suas vivências no trabalho, em casa, entre outros. Sempre dependerá da história e dos contextos de cada um”, descreve o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro.
Ao encontro desse pensamento, a mestre em psicologia Letícia Guedes reitera que deve haver uma maior percepção sobre todos os pontos do cotidiano. “As pessoas precisam ter um olhar mais atento sobre os impasses ocasionados pela rotina que ela criou e quais fatores são prejudiciais à vida dela. As questões colaborativas devem ser melhor analisadas, pois são necessárias para dinamizar as boas relações, dando mais impulso às coisas que satisfazem o ego”, conclui. Portanto, é importante interagir com as ocasiões e criar possibilidades que proporcionem um melhor bem-estar.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Entrevistas: Karina Alonso/Colaboradora – Edição: Augusto Biason/Colaborador
Consultorias: Hewdy Lobo Ribeiro, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria (IPQ) da Universidade de São Paulo (USP), psiquiatra forense e psicogeriatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP); Letícia Guedes, psicóloga clínica, analista do comportamento, especialista em terapia comportamental cognitiva, mestre em psicologia e membro da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental (ABPMC).