A dramaturga, cineasta e escritora Claudia Pucci Abrahão optou pelo parto domiciliar de seus três filhos (Pedro, 8 anos, Gabriel, 5, e Francisco, 2). Dessas experiências tão intensas, “nasceu” o livro Canto da Terra, pela Editora Pólen Livros. As gestações, todas acompanhadas por médicos em pré-natal e pela parteira Vilma Nishi, foram bem tranquilas. “Os três nascimentos foram domiciliares. Cada um teve sua particularidade (essa é a essência do livro, a história de cada um deles), mas todos ocorreram sem complicações”, lembra a autora. O objetivo do livro é contar a história dela, do nascimento dos filhos e também sobre o aborto que sofreu. “Apesar de ser obviamente a favor do
parto natural, tomei muito cuidado para não fazer da minha experiência uma prescrição”, conta.
Parto domiciliar sem anestesia
Claudia sempre quis passar pela experiência do parto humanizado. “A ideia de uma criança acabar de chegar ao mundo e ser apartada da mãe me gerava um sentimento horrível e também fiquei instigada com o tabu da dor. Acho que tudo o que acontece naturalmente tem um sentido profundo. Então, quis viver essa experiência sem anestesias para entender do que afinal se trata esse momento, sem os temores de um sistema de crenças contemporâneo influenciado pela ganância dos sistemas de saúde”, lembra.
Preparação
A escritora fez todos os exames de pré-natal para que o parto domiciliar fosse tranquilo e saudável. Contou também com a ajuda do marido, que a apoiou em todos os momentos. “Também ajuda já pensar num plano B caso aconteça algum problema no parto que impeça a criança de nascer. Já saber para onde ir, deixar um médico de
sobreaviso. No parto do Pedro e do Gabriel, eu nem tinha essa opção, nem pensei nisso, mas no último, como eu havia vivido um aborto espontâneo um ano antes e fiquei preocupada, isso ajudou a não ficar com essa pendência, mesmo sabendo que não queria essa opção”, enfatiza Claudia.
Benefício para os filhos
“Eles já nasceram na casa, no ninho. Ao acabarem de nascer, foram direto para o meu peito, receberam meu calor e o do meu marido. Os três mamaram logo após o corte do cordão (feito pelo pai) e depois de um tempo dormiram calmamente”, conta Claudia. Ela salienta que o parto em casa é um ritual de passagem fortíssimo para a família. Aprofunda laços, gera uma conexão enorme. Cada um dos meus filhos teve essa acolhida calorosa no seu ninho, com o pai e a mãe sempre presentes, e aí também se forma algo muito espiritual. E esse ‘algo’ alimenta positivamente essa família por toda a vida”, finalizou.
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