Ao ouvir a expressão ginástica cerebral, é quase inevitável que imagens de academia, esteiras e pesos venham à mente. O pensamento não está totalmente equivocado, mas essa técnica se diferencia um pouco das atividades relacionadas ao corpo.
O conceito é bem simples de ser entendido: assim como os exercícios convencionais fortalecem os músculos, as atividades cerebrais contribuem para intensificar o funcionamento cognitivo. “A ginástica cerebral adota movimentos físicos simples e coordenados. O cérebro, tecnicamente, é considerado um músculo e precisa de estímulos para estar ativo e em boa forma”, explica Carlos Maurício Prado, introdutor da prática no Brasil.
Uma das vantagens da ginástica cerebral é que qualquer pessoa, independentemente da idade, pode praticá-la. “De certa forma, os exercícios são simples, podendo ser considerados lúdicos e completamente acessíveis”, aponta Carlos. O especialista descreve que as atividades realizadas durante o treinamento ajudam a desenvolver diversas capacidades cognitivas, como memória e concentração.
Assim, entende-se que os sentidos (principalmente, a visão e a audição) são o elo entre o órgão e o mundo externo, e aprende-se a diferenciar os conceitos de “ver” e “enxergar” e de “ouvir” e “escutar”, identificando a função e a importância de cada uma delas.
Outra vertente da ginástica cerebral
Recentemente, um conceito bem parecido com a ginástica cerebral vem ganhando destaque: a neuróbica. “São atividades aeróbicas para os neurônios. Esse tipo de exercício visa tornar o cérebro mais ágil e flexível, no sentido de ampliar as possibilidades na busca de novos caminhos para a realização das ações cotidianas”, resume Solange Jacob, diretora pedagógica nacional do SUPERA – Ginástica para o Cérebro.
A profissional aponta que o método contribui para que o órgão abandone o “piloto automático”, por meio de atividades mais simples e, até mesmo, algumas com certo grau de complexidade, fazendo com que o cérebro saiba como agir em situações que não são comuns no dia a dia. Mas aí você pode estar questionando qual a diferença entre as duas.
Apesar de ambas estarem focadas no fortalecimento da capacidade cognitiva, a neuróbica está mais relacionada à criação de novas conexões entre os neurônios. “Esse método procura consolidar e acessar o caminho associativo para formar e recuperar informações, fornecendo ao córtex a matéria-prima que cria novas e robustas ligações. Com isso, torna essa rede mais forte e rica”, complementa Solange.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevistas: Victor Santos – Consultorias: Carlos Maurício Prado, engenheiro químico e especialista em ginástica cerebral; Solange Jacob, diretora pedagógica nacional do SUPERA – Ginástica para o Cérebro