Como saber se seu humor passou para um quadro crônico? Muitos podem se fazer esta pergunta, e a resposta vem com uma simples observação do dia a dia. O psicólogo Armando Brito aponta que “o mau humor pode ser considerado normal quando é de curta duração, baixa intensidade e não chega a interferir em as atividades regulares da pessoa”, como escola, trabalho, momentos de lazer e relacionamentos. A sobrecarga do cérebro no cotidiano pode desequilibrá-lo, levando à produção desregulada dos hormônios do estresse – noradrenalina, adrenalina e cortisol.
Além destes fatores, o psicanalista Paulo Paiva ressalta que “pessoas com um alto nível de desorganização tendem a apresentar maior irritabilidade e, com isso, o mau humor. Começar diversas coisas e não concluir, sentimentos de pessimismo e inadequação, angústia, autocrítica, baixa autoestima, cansaço constante, ceticismo e preocupação, tudo isso deixa as pessoas mais suscetíveis ao mau humor.”
Essa combinação de fatores pode desencadear outros transtornos e existem alguns graus destes distúrbios:
- Depressão: o nível máximo do mau humor, que tem como principais sintomas a perda do prazer, ganho ou considerável perda de peso, agitação ou retardo psicomotor, fadiga, sentimentos de inutilidade ou culpa, insônia ou hipersonia, falta de concentração, dentre outros.
- Distimia: um nível abaixo, diferente da depressão, não surge de repente. Neste caso, a pessoa apresenta um mau humor constante e uma baixa autoestima.
- Hipotimia: é o estágio mais baixo da depressão. A pessoa se sente melancólica, em uma espécie de zona de conforto com o mau humor.
Porém, não só o mau humor pode causar problemas. Acredite ou não, mas o alto nível de bom humor também pode ser considerado um distúrbio. São eles:
- Mania: o bom humor em excesso vira um empecilho. A convivência é complicada. Sabe aquele amigo que exagera na piada e acha que está arrasando? Então, pode ser necessária ajuda profissional.
- Hipomania: a pessoa continua com um excesso de bom humor, porém, menos que na mania, já que os sintomas não refletem tanto no dia a dia do indivíduo.
- Hipertimia: um grau abaixo da hipomania, pode diminuir a necessidade de dormir e traz aquela felicidade em viver a vida. Em geral, não traz consequências negativas para a pessoa.
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Consultorias: Armando Brito, psicólogo da Beneficência Portuguesa, em São Paulo (SP); Danielle dos Santos, nutricionista; Patrícia Bertoni, nutricionista; Paulo Paiva, psicanalista.
Texto e entrevistas: Giovane Rocha / Colaborador – Edição: Augusto Biason / Colaborador