A hipocondria pode dar seus primeiros sinais por motivos particulares, sem uma regra geral que defina sua origem. Apesar de não ser muito comum o aparecimento do quadro ainda na fase infantil, o psicólogo Odair Comin comenta que “facilmente se percebe o medo pelas doenças na medida em que o indivíduo cresceu inserido em um ambiente onde familiares demonstravam esse comportamento”.
Por outro ponto de vista, esse quadro pode ser desenvolvido em casos de transtornos pós-traumáticos. Uma pessoa que já enfrentou o câncer, por exemplo, e guardou um trauma da patologia pode ter medo de a doença voltar, sendo intenso a ponto de ficar em alerta com qualquer dor. O paciente ainda pode apresentar o receio de desenvolver outras enfermidades, uma vez que o câncer deixa o paciente extremamente vulnerável no processo de tratamento.
Há saída para a hipocondria?
Buscar o controle do medo por ficar doente parece uma tarefa complicada em primeira instância, uma vez que a principal a ser tratada é a questão emocional.
Desse modo, a solução mais viável é a terapia acompanhada por um profissional, como as de dessensibilização: de acordo com Julieta, “elas ajudam a dar foco na importância do conceito de adoecer. Essas técnicas instrumentalizam para não colocar no corpo a ansiedade que deveria estar sendo usada em outras áreas”.
Por isso, é importante ressaltar que, para que haja a melhora, a pessoa hipocondríaca deve compreender verdadeiramente o que, de fato, vem lhe causando mal. Nesse caso, “a psicoterapia auxilia a pessoa a controlar suas emoções, a entender o que leva ela a fazer uso do medicamento, que tipo de sentimento faz com que ela busque a medicação. Enfim, é extremamente importante o papel do terapeuta e da família”, aconselha a psicoterapeuta Andreia Calçada.
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Texto e entrevistas: Giovane Rocha/Colaborador – Consultorias: Andreia Calçada, psicóloga, psicoterapeuta e especialista em neuropsicologia; Odair Comin, psicólogo e especialista em hipnoterapia