Um dos argumentos mais comuns de quem resiste ao sonho de fazer uma cirurgia plástica é o desejo de ter filhos no futuro. Como, durante a gestação e a amamentação, o corpo da mulher é exigido ao máximo, muita gente tem medo de que a plástica traga limitações à pele, aos músculos e aos seios e dificulte a realização desse sonho. Malu conversou com dois especialistas e mostra, a seguir, se esse risco realmente existe.
Lipoaspiração
Segundo o cirurgião plástico André Colaneri, de São Paulo, a lipo na barriga retira apenas a gordura entre os tecidos, sem tratar a flacidez da pele. Por isso, é inofensiva para a gravidez. “Estrias e flacidez na barriga e nos seios têm relação com o quanto a paciente engordará durante a gravidez. Isso tem a ver com o quanto ela vai comer, não com a cirurgia”, explica.
Abdominoplastia
É um procedimento que remodela o abdome ao retirar o excesso de gordura localizada. “A abdominoplastia, por retirar pele, deve ser reservada para depois dos filhos, pois não tem sentido retirar a pele e tratar a flacidez e depois esticá-la novamente, voltando ao quadro anterior”, orienta o médico. No entanto, ele esclarece que a cirurgia não traz problemas à saúde numa eventual futura gestação: o que ocorre é a perda do resultado da plástica.
Implante de silicone
Hoje em dia, as técnicas para esse tipo de procedimento posicionam a prótese abaixo das glândulas mamárias ou do músculo da região, de modo que ela não causa problemas para a amamentação. De acordo com Celeste Vianna, médica da Clínica Più Bella, do Rio de Janeiro, no entanto, se o volume implantado for muito grande, pode comprimir o tecido mamário. “Durante a gravidez, esse tecido aumenta de volume e vai brigar por espaço com a prótese”, diz. “A pele, que já estava esticada, vai ficar mais ainda. Para as estrias, isso é um prato cheio e a mulher poderá ter muita dor pela distensão, o que poderá prejudicar a amamentação”, prevê.
Redução das mamas
Se for necessária uma grande diminuição no volume, podem surgir problemas na amamentação. A orientação, nesses casos, é esperar para engravidar. “Mesmo após 3 anos ou mais, a recuperação total da cirurgia pode ainda não ter sido alcançada”, conta Celeste, deixando claro que os casos de redução de muito volume são os menos comuns e não valem como regra. “Na maioria das reduções de volume, não há grandes problemas para amamentar, mas podem ocorrer”, complementa Colaneri.
Depois do bebê
Confira as orientações dos especialistas para quem prefere fazer plástica depois de “fechar a fábrica” de descendentes:
8Amamente primeiro. O anestésico, como qualquer substância química, passa para o leite materno. Então, espere o bebê largar totalmente o seio. “Para a barriga, espere 1 ano do parto e, para as mamas, de 6 meses a 1 ano após ter parado com a amamentação”, aconselha Celeste.
É importante voltar ao peso que você costumava ter antes da gravidez. “Na verdade, o mais importante é evitar engordar muito na gravidez: o ideal é até 10kg. Assim, os danos serão minimizados e a cirurgia terá um melhor resultado”, garante Colaneri.
Texto de Adriana Serrano
André Freitas Colaneri é cirurgião plástico.
Celeste Vianna, médica da Clínica Più Bella.
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