A gravidez é um momento de realização na vida da maioria das mulheres. Por isso, é importante tomar todos os cuidados nessa fase para prevenir doenças como a eclampsia, caracterizada por convulsões associadas à hipertensão arterial, de extremo perigo para mãe e o bebê.
Mistério para a medicina
Os médicos ainda desconhecem as causas dessa doença. “Sabemos que ela costuma se apresentar inicialmente de forma leve, com um pequeno aumento da pressão arterial, o que chamamos de pré-eclampsia leve. Essa forma, pode evoluir para moderada e grave, levando a gestante a um preocupante quadro neurológico de convulsões, momento em que a pré-eclampsia se torna eclampsia”, afirma o ginecologista e obstetra Paulo Veinert, professor da Faculdade de Ciências da Saúde (Facis), de São Paulo.
Idade da gestante
‹ Segundo o médico, as mulheres com menos de 25 anos de idade, gestantes pela primeira vez, são as que mais apresentam a doença.
‹ “O problema é, de 2 a 5 vezes, mais freqüente em mulheres de uma mesma família, sugerindo uma tendência hereditária”, garante Veinert.
‹ Além disso, possuem mais chances de desenvolver a eclampsia, aquelas que engravidam após os 35 anos ou têm outros problemas de saúde relacionados à gestação, como obesidade, hipertensão arterial, diabetes e disfunções hepáticas e renais.
A importância do pré-natal
‹ O exame capaz de identificar sintomas da pré-eclampsia é o pré-natal. “Com ele, o médico pode constatar o aumento da pressão arterial, o edema e a perda de proteína no exame de urina”, explica o ginecologista.
‹ Diagnosticada a pré-eclampsia, o especialista classifica se ela está na forma leve, moderada ou grave.
‹ “Se a forma grave se manifesta, é necessário proceder com a internação hospitalar da gestante para o controle da pressão arterial, das funções renais e hepáticas da mãe e do bem-estar do bebê”, alerta.
Riscos para mãe e filho
‹ Quando a pré-eclampsia se torna eclampsia, é muito perigoso, pois a mãe e o filho correm risco de morte. E a única solução, nesse caso, é a interrupção da gravidez.
‹ “O ideal é manter a pré- eclampsia sob controle até que o nenê apresente sinais de maturidade para o nascimento. Porém, nem sempre isso é possível, e a criança pode desenvolver um quadro de sofrimento, por insuficiência circulatória da placenta antes mesmo da maturidade”, afirma Veinert.
Prevenção da eclampsia
‹ O especialista explica que muito se especula a respeito do uso de medicamentos preventivos para essa doença e que tudo o que já foi feito até hoje encontra resultados conflitantes.
‹“O ideal é planejar a gravidez junto ao médico, mantendo seu peso corporal com uma dieta segura e conduzindo a gestação em um ambiente familiar equilibrado, evitando abusos físicos, condições de estresse e exageros alimentares”, aconselha.
‹ Além disso, toda gestante deve fazer o pré-natal, pois quanto mais precoce é o diagnóstico da pré-eclampsia, melhor o prognóstico para a mãe e para o bebê.
Consultoria: Paulo Veinert, ginecologista, obstetra e professor da Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo (FACIS). Fone: (11) 5575-0799
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