Embora conhecida por ainda não possuir uma cura definitiva, existem hábitos que podem preveni-la e fazer com que, ao chegar à terceira idade, a demência tenha uma chance menor de se manifestar. “Do ponto de vista não-medicamentoso, é fundamental o apoio familiar, a manutenção de estímulos cognitivos adequados ao perfil, à fase clínica e ao gosto pessoal do paciente, a manutenção de atividades sociais, de lazer e de atividades físicas, além de manter a autonomia no limite da segurança clínica. O seguimento deve incluir uma equipe multidisciplinar, de acordo com a sintomatologia apresentada”, frisa o neurologista Leandro Teles. A seguir, você confere algumas sugestões de atitudes para incluir na rotina e, com isso, afastar o risco de desenvolver Alzheimer.
Memória exercitada
Estudos garantem que quem exercita o cérebro (com leitura, jogos de memória, tabuleiro, cartas, palavras cruzadas, entre outros) tem uma probabilidade menor de desenvolver Alzheimer, já que os casos de aparecimento da doença são maiores entre os idosos analfabetos e de baixa escolaridade – o que significa que, quem lê menos, cria menores conexões entre os neurônios, aumentando o risco de demência.
Por isso, jogos de raciocínio, aprender a tocar instrumentos novos, ler sempre que possível e até mesmo fazer caminhos diferentes durante a semana – de modo a memorizar novos lugares – faz com que o cérebro se exercite cada vez mais. “Leitura, discussão de ideias, ver filmes, comentar notícias, fazer palavras cruzadas ou sudoku, jogos de cartas, xadrez ou damas podem ser bons, assim como alguns jogos eletrônicos, manter atividade social e uma rede social ativa são benéficos para manter a cabeça funcionante. Ter uma atividade laborativa, aprender línguas, conhecer programas novos de computador, enfim, manter uma atividade instigante pode ser uma boa ideia para deixar o cérebro ativo”, reforça a neurologista Sonia Brucki.
Prato colorido
A alimentação é fundamental para que o cérebro se mantenha sadio e ativo. Por isso, quanto mais cores houver no prato, melhor! A água também desempenha um papel muito importante no equilíbrio do organismo. “Não se pode deixar de levar em consideração que a prevenção do Alzheimer se concentra nos cuidados de dentro para fora. Além de uma boa alimentação, com alimentos considerados funcionais e antioxidantes, é importante lembrar de um nutriente essencial para a mente: o oxigênio. Por isso, comer com calma, mastigar corretamente os alimentos e respirar são fatores primordiais. A água, por sua vez, tira as impurezas de nosso organismo e tomá-la devagar também ajuda a manter a calma e a diminuir o estresse, fatores fundamentais na prevenção da doença”, aconselha a nutricionista e acupunturista Elizabete Presa.
Longe do estresse
As variações de emoções negativas, como as presentes em quadros de depressão e de estresse, têm um impacto direto sobre a saúde cerebral. “Existem estudos relatando que casos de depressão severa podem desenvolver quadros de demência, geralmente advindos de desapontamentos e problemas não solucionados no decorrer da vida”, confirma a psicóloga Eliana Novaes Procópio de Araújo.
Sonho tranquilo
Manter a memória funcionando é importante, mas, por outro lado, descansá-la tem uma relevância equivalente. É durante o sono que todas as áreas do corpo têm a oportunidade de se recuperarem para um novo dia, iniciando seu ciclo de forma saudável e tranquila. “As pessoas esquecem que tempo livre é fundamental, porque a memória precisa sedimentar. A pessoa deve estar relaxada e menos ansiosa para conseguir fazer com que a memória se consolide, assim como ter uma boa noite de sono”, acrescenta a neuropsicóloga Gislaine Gil.
Consultoria Eliana Novaes Procópio de Araújo, psicóloga; Elizabete Presa, nutricionista e acupunturista; Flávio Sekeff Sallem, Leandro Teles e Sonia Brucki, neurologistas; Gislaine Gil, neuropsicóloga
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