Devido à complexidade do Alzheimer, diversos profissionais devem ser procurados para dar a palavra final, bem como vários testes clínicos e neurológicos precisam ser feitos. “Não existem exames para o diagnóstico da doença; esse resultado é obtido com base em seu quadro clínico sugestivo (perda de memória progressiva em paciente idoso), sem outras queixas ou sinais de lesões cerebrais”, esclarece o neurologista Flávio Sekeff Sallem.
Ainda que um batalhão de exames seja feito, não é possível realizar um diagnóstico de um caso de Alzheimer sem conhecer o histórico do paciente, isto é, fatores genéticos, cuidados com a saúde, qualidade de vida e contexto em que os sintomas foram percebidos.
No momento do exame clínico, quando há uma conversa entre paciente e médico, é preciso que se exponha o maior número possível de detalhes, pois são fundamentais para o especialista traçar o diagnóstico, já que ele é pautado na história do indivíduo.
Questões como: se há casos na de Alzheimer na família, há quanto tempo as falhas de memória têm aparecido e se existem mudanças de temperamento ou demais sintomas incomuns devem fazer parte do momento.
Exames necessários para o diagnóstico
Exames neurológicos como ressonâncias e tomografias são mais importantes para afastar a hipótese de outras doenças que podem camuflar os sintomas do Alzheimer, como acidentes vasculares cerebrais (AVC), hematomas, alterações na tireoide, carência de vitaminas, infecções, entre outros problemas.
Além disso, exames diversos podem ser pedidos, como de sangue. Em alguns casos, exames bastante específicos também podem fazer parte da análise, como do líquor (líquido da espinha), com investigação de proteínas selecionadas ao Alzheimer (tau e beta-amiloide), SPECT e PET (que avaliam o metabolismo e atividade cerebral) e EEG (eletroencefalograma). Quando o quadro se manifesta em pessoas jovens, são pedidos exames genéticos, para checar o histórico de incidência.
Contudo, até hoje, a única maneira de diagnosticar o Alzheimer com toda certeza é por meio de biopsia ou autópsia, quando um fragmento de tecido é retirado para análise em laboratório. Mas, como o órgão afetado pela doença trata-se do cérebro, não é possível fazer o procedimento com o paciente vivo, visto que traria consequências em seu funcionamento cerebral.
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Texto e entrevista: Natália Negretti/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultoria: Flávio Sekeff Sallem, neurologista