Em 26 de junho é celebrado o Dia do Diabetes, uma data criada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para alertar a população sobre os riscos e prevenção dessa doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), no Brasil existem, atualmente, mais de 13 milhões de pessoas que convivem com o problema.
Apesar de estar associada a complicações terríveis, como cegueira e amputações, é importante ressaltar que desde que a doença seja detectada precocemente e tratada adequadamente, o diabético pode ter uma vida normal.
O SBD avisa que os sintomas não são específicos, e podem ser confundidos com muitas outras doenças, mas esses sinais só costumam aparecer quando o quadro é mais grave. O órgão também lembra que para fazer o diagnóstico da doença, basta ir a uma unidade de saúde do seu município e realizar os exames.
Os procedimentos são muito simples. Um profissional furará a ponta do seu dedo, coletará uma gotinha de sangue e analisará a taxa de glicemia. Em caso de positivo, é feita uma repetição em laboratório para confirmar e concluir os dados de forma assertiva.
O que é diabetes?
É uma síndrome que se caracteriza por níveis de glicose elevados no sangue (hiperglicemia) e distúrbios do metabolismo de gorduras e proteínas. “Decorre da falta do hormônio insulina ou da resistência à sua ação, isto é, incapacidade da insulina de exercer seus efeitos adequadamente. Geralmente, as duas alterações coexistem e decorrem de fatores genéticos e ambientais de predisposição”, explica a endocrinologista Maria Elizabeth Rossi da Silva.
Tipos de diabetes e seus sintomas
- Tipo 1: é uma doença crônica em que o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Geralmente, é bastante observada na adolescência. Dentre os principais sintomas estão: vontade frequente de urinar, sede excessiva, cansaço, náusea, visão turva, fome constante, perda de peso.
- Tipo 2: é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo processa o açúcar do sangue (glicose). O organismo não produz insulina ou cria resistência à insulina. Dentre os principais sintomas estão: formigamento nos pés, infecções em maior quantidade, dificuldade na cicatrização de ferimentos, visão embaçada.
O diabetes tipo 2, forma que mais tem sido diagnosticada no mundo, é perigoso e pode trazer complicações como cegueira, problemas renais e cardiovasculares.
Confira o vídeo com os principais sinais de diabetes
Pré-diabetes
Ocorre quando a pessoa apresenta valores de glicose no sangue alterados, porém, não suficientemente altos para caracterizar o diabetes. “O principal fator que leva um indivíduo a esse estado é a obesidade, que faz com que a insulina atue de uma forma menos eficaz no transporte de glicose para o interior das células do corpo”, informa o clínico-geral Paulo Camiz.
O especialista ainda alerta que “o pré-diabetes não costuma provocar complicações renais, visuais ou neurológicas. Entretanto, ocorre um risco aumentado no desenvolvimento de complicações cardiocirculatórias, como o infarto e o acidente vascular cerebral”.
Nessa fase, a glicemia varia entre 100mg/dl e 125mg/dl, podendo ser detectada por um exame de sangue em jejum. Nesse limite, a taxa já é perigosa à saúde. “Há um risco elevado de desenvolver complicações cardiocirculatórias, como infarto e acidente vascular cerebral. Além disso, e principalmente, proporciona um risco extremamente aumentado de desenvolver o próprio diabetes”, avisa Camiz.
Cerca de 12% da população brasileira é pré-diabética e muitos desconhecem essa condição. Com o passar de um ano, cinco em cada 100 tornam-se diabéticos. Mas é possível evitar o desenvolvimento da doença com algumas mudanças nos hábitos.
Como se prevenir
De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, é possível reduzir em até 58% os riscos de desenvolver o diabetes com atitudes básicas. Por exemplo, acrescentar 150 minutos de atividades físicas semanais à sua rotina.
“A solução está em combater as condições que levaram o paciente ao pré-diabetes, como os hábitos alimentares e o sedentarismo”, afirma Camiz. É importante que ocorra essa adequação da dieta e do estilo de vida.
- Alimentação: Mantenha uma dieta equilibrada, com refeições bem divididas e em pequenas porções.
- Exercícios: Faça atividade física pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.
- Acompanhamento: Não deixe de realizar exames regulares para verificar glicemia, colesterol, triglicérides e pressão arterial.
Tratamento no SUS
Vale ressaltar que todo o processo de tratamento do diabetes pode ser feito gratuitamente nos pontos do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao chegar, um profissional poderá realizar o teste para saber se possui ou não o problema e qual é o seu estágio. O exame dura no máximo 3 minutos. Em caso de alterações agravantes, a pessoa deverá realizar outros procedimentos mais detalhados.
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