Como o nome sugere, a macrocefalia caracteriza-se por um crescimento anormal da cabeça, acima dos padrões estabelecidos pelos órgãos de saúde pública. Assim como acontece com a microcefalia, o diagnóstico é confirmado quando o perímetro cefálico indica mais de dois desvios-padrão, nesse caso, acima da média.
Ou seja, uma cabeça maior que o considerado normal, por si, não indica um quadro de macrocefalia, é preciso ainda que haja outras condições fora dos padrões para se confirmar o caso. A macrocefalia é uma condição muito rara, na maioria das vezes, atribuída a fatores genéticos.
Outras causas possíveis são hematomas subdurais (acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio), cistos ou tumores cerebrais, desnutrição, encefalopatias tóxicas e metabólicas e deficiência de vitamina A, entre outras causas de menor incidência. Portanto, nada a ver com o zika ou qualquer outro tipo de infecção.
Um aspecto bastante peculiar da macrocefalia é que em cerca de metade dos casos, o desenvolvimento mental do indivíduo é normal. Por outro lado, em média, 50% dos portadores da anomalia apresentam atraso no desenvolvimento das habilidades motoras com grave incapacidade física, além de baixa evolução intelectual.
É comum apresentarem ainda um atraso global no desenvolvimento, convulsões, vômitos e alterações na musculatura. Em resumo, pode-se dizer que há dois grupos de macrocefalias, um de evolução benigna, no qual o indivíduo, apesar da caixa craniana maior que a da maioria das pessoas, terá uma vida normal; e outro patológico, que exigirá acompanhamento médico.
Infelizmente a ciência ainda não desenvolveu nenhum tipo de tratamento ou medicamento que possa reverter um quadro de macrocefalia. O máximo que se pode fazer é amenizar as sequelas, como procedimentos fisioterapêuticos que melhorem a capacidade motora do indivíduo.
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Texto: David Cintra – Edição: Giovane Rocha/Colaborador