Sentir algum tipo de dor é uma realidade de grande parte da população. Os brasileiros, então, convivem com ela como poucas nações do mundo: 85% dos pacientes atendidos em consultas médicas citam como primeiro motivo as dores. Uma pesquisa realizada em 2015 pelo Ibope Conecta em conjunto com uma marca de analgésicos aponta: a cada quatro brasileiros, três possuem a rotina atrapalhada por algum tipo de dor. Nomeada de “A dor no cotidiano”, a pesquisa ouviu cerca de 1000 pessoas.
Entre as dores mais frequentes relatadas pelos voluntários, estavam a dor de cabeça, afetando cerca de 65% dos participantes e a dor nas costas, atingindo mais de 40%. A pesquisa apontou, ainda, que a dor de cabeça atinge principalmente as mulheres e que a principal dor sentida pelos homens é nas costas.
Embora essas dores atrapalhem em diversas áreas do dia a dia, como no trabalho (63%), sono (32%), atividades domésticas (30%), lazer (29%), entre outros, apenas 6% dos entrevistados optam por não fazer suas obrigações por causa de algum sintoma. Assim, o impacto da dor pode atrapalhar a rotina, a produtividade e até o humor de quem convive com este mal.
Trabalho em equipe
Para que haja a interpretação da dor, uma grande variedade de neurotransmissores relacionados à transmissão dela estão envolvidos no processo. Os principais deles são o glutamato, o aspartato, a substância P (que age aumentando a sensação de dor) e a neurotensina, peptídeo relacionado ao gene da calcitonina e colecistocinina.
Além disso, diversas áreas do cérebro também estão envolvidas. “Há a participação do tálamo (responsável pela transmissão de estímulos da medula espinhal), formação reticular, hipotálamo, sistema límbico (responsável pelo controle das emoções e comportamentos sociais) e área somestésica do córtex cerebral”, explicam Marcela e Marcelo. Após a interação de todos esses elementos e setores cerebrais, o sinal da dor é emitido e com isso, podemos senti-la.
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Consultorias: Alexandra Raffaini, médica intervencionista da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor e especialista no tratamento de dor; João Jorge Cabral, médico, psiquiatra, hipniatra e presidente da Associação Brasileira de Neurologia (ABN); Marcela Jacobina, especialista em neurologia pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e neurologista no Amato Instituto de Medicina Avançado, em São Paulo (SP); Marcelo Amato, neurocirurgião no Amato Instituto de Medicina Avançada, em São Paulo (SP).
Texto: Jéssica Pirazza/Colaboradora – Entrevistas: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador