Você provavelmente conhece aquela pessoa que revira os olhos para tudo, é constantemente sarcástica e sempre encontra defeitos em todo mundo. Não é paranoia, nem mania de perseguição, mais do que uma pessoa difícil de lidar, essa pessoa pode ter o que especialistas estão chamando de comportamento “desprezível”.
Uma pesquisa conduzida por psicólogos da Universidade da Califórnia, revelou que a pré-disposição de diminuir as pessoas é real e pode ser observada como uma maneira de responder às coisas de forma constante (parecido com como todo mundo fica irritado, mas nem todo mundo é “pavio curto” e tem tendência a perder o controle da raiva).
Até então, esse tipo de desprezo era visto apenas como uma emoção ou reação, mas tratar isso como um comportamento dentro da psicologia, define que não é apenas algo que acontece em determinado momento, mas como um traço da sua personalidade, o que muda a forma como o comportamento é estudado.
Para chegar a uma conclusão, os pesquisadores aplicaram questionários de personalidade, onde os entrevistados deviam responder o quanto eles concordavam ou discordavam de afirmações como “desrespeito os outros frequentemente”, “eu nunca faria algo para deixar alguém desconfortável” e “sinto que as pessoas desperdiçam meu tempo”.
Também foram testados pré-disposição a raiva, (ou quão rápido eles reagem a raiva), desdém (ou quão facilmente eles são ofendidos), inveja, arrogância, orgulho (de sentir feliz com conquistas), perfeccionismo, autoestima, entre outros.
Com esses testes, perceberam que o comportamento desprezível é estável, e possui uma natureza contraditória. Ao mesmo tempo que pessoas desprezíveis não se importam com a felicidade alheia, eles se incomodam caso sejam tratados da mesma maneira.
Em um segundo experimento, relacionado a psicopatia, narcisismo e manipulação, o comportamento desprezível apresentou relação com os três. Já que os “desprezíveis” veem os outros como pessoas menores, eles não tem problemas em manipulá-lo. Além disso, eles tem mais tendência a serem racistas e são péssimas influências em relacionamentos.
Não dá para dizer com certeza de onde esse comportamento vem, mas os psicólogos notaram ligações com baixa autoestima e ansiedade, ambas podendo ter começado ainda durante a infância.
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