Além da importância para a literatura de seu país – que não é pouca -, Virginia Woolf também é tida como referência em outros aspectos sociais, como o feminismo, e até mesmo na psiquiatria deu sua contribuição, ainda que por conta de seus problemas psicológicos, que no final a levariam a uma morte precoce.
Carreira interrompida
Virginia ficou órfã ainda menina. Em 1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem fundou a editora Hogarth Press. O livro The Voyage Out, de 1915, marcou seu ingresso na literatura. Mas foi em 1925, com Mrs. Dalloway, seu primeiro grande romance modernista, que ela alcançou reconhecimento como escritora. Contudo, Woolf não conseguiu desfrutar por muito tempo de tal fama em vida. Por conta de abusos e outros fatores marcantes pelos quais passou na infância, como a morte dos pais, tinha a saúde fragilizada, vítima de transtorno bipolar. A destruição de sua casa em Londres por um bombardeio alemão deflagrado durante a Segunda Guerra e a recente não-aceitação da crítica à sua última obra jogaram-na numa depressão profunda. Acabou por suicidar-se, em 1941.
Freud e feminismo
O legado de Virginia Woolf é observado em diversas áreas. Sua editora, por exemplo, foi a primeira a publicar a obra de Freud em inglês, além de textos experimentais, trazendo enorme contribuição para a psiquiatria inglesa. Considerada uma das mais conceituadas escritoras inglesas do século XX, suas obras tornaram-se clássicos do romance moderno. Além disso, a vida e as obras da escritora também tiveram influência nos estudos sobre o feminismo e a psiquiatria. Simone de Beavouir a coloca como referência na luta feminista por conta de alguns de seus ensaios, que exploram a dificuldade que escritoras e intelectuais mulheres enfrentam graças ao fato dos homens deterem desproporcionalmente o poder legal e econômico, assim como o futuro das mulheres na educação e sociedade.
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Texto: Nathália Piccoli Edição: João Paulo Fernandes