Quem já acorda querendo saber o que rolou no BBB 23 durante a madrugada pode ter se deparado com uma notícia inusitada. Key Alves, integrante do Camarote no reality show, se assustou e chorou no Quarto Fundo do Mar após afirmar ter visto o cantor Michael Jackson em um dos espelhos.
Em seu relato, a jogadora de vôlei disse que ouviu barulhos vindos do banheiro e, ao chegar para ver do que se tratava, teria visto o já falecido Rei do Pop. Nas imagens é possível ver Key Alves olhando para o espelho, e em seguida, correndo para baixo do edredom assustada. A sister foi consolada pelos companheiros de quarto que até riram da situação antes de entender que se tratava de um trauma.
Ela também revelou que a morte de Michael Jackson, em 2009, desencadeou o medo. “Foi a partir daí, eu tinha nove anos. Só passava ele na TV. Imagina, eu criancinha, ficava caixão para lá e morte. Eu fiquei morta de medo. Minha mãe que fala que toda vez que tocava música eu começava a gritar. Peguei pavor”, confessou Key Alves. O medo foi tanto que a atleta precisou fazer terapia e hipnose.
Mas será que esse é um trauma comum? Para entender um pouco mais sobre o assunto, conversamos com a psicóloga Cristiane Santos, que atua no Núcleo de Atendimento Psicológico e Psicopedagógico da Faculdade Santa Marcelina.
Key Alves sofre de fobia
Para a especialista, o medo da atleta em si não seria do artista, mas sim do que ele significa e representa. “Esse tipo de trauma, chamado fobia é comum, pois, assim como o palhaço, por exemplo, existe um lado obscuro, maquiado, modificado do ‘normal’, que desperta em algumas pessoas, um medo potencializado pela fantasia do que está ‘escondido’ por trás da maquiagem”, explica a psicóloga.
Como Michael Jackson fez intervenções cirúrgicas e também enfrentou o vitiligo, isto teria “maquiado” e escondido seu verdadeiro rosto. No entanto, Cristiane alerta que esta é uma situação complexa e requer diagnóstico especializado. Já quanto ao tratamento para esse tipo de trauma, a indicação é de psicoterapia.
“A abordagem mais indicada é a TCC (Terapia Cognitiva Comportamental). Tendo como tratamento mais eficaz a chamada terapia de exposição onde o profissional trabalha a dessensibilização em relação ao objeto ou situação temida”, comenta a psicóloga. Por sua vez, caso seja necessário, também é possível fazer acompanhamento psiquiátrico e tratamento medicamentoso.
Como conviver com esse tipo de trauma?
Key Alves ainda não deu muitos detalhes sobre como lida com a fobia após a fase adulta. Contudo, a busca por ajuda profissional é eficaz para entender qualquer trauma. Cristiane Santos ainda dá dicas que podem auxiliar pessoas que lidam com um medo parecido com o da sister. Confira abaixo quais são:
- Prática de atividade física;
- Técnicas de relaxamento;
- Realização de um diário, anotando sensações e sentimentos sobre seus medos e fobia, para posteriormente racionalizar medos reais e fantasias.
Por fim, vale lembrar que nada substitui o tratamento. “A terapia por psicólogo, especializado, auxilia no enfrentamento dos chamados gatilhos, que levam o indivíduo a ter reações físicas e emocionais adversas”, finaliza.