Você já teve “medo do sucesso” ou medo de atingir sua melhor versão e realizar todo seu potencial? Se sim, talvez você tenha o Complexo de Jonas. O termo foi criado pelo psicólogo, Abraham Maslow, em referência ao personagem bíblico Jonas, que tentou fugir do destino dado a ele por Deus.
De acordo com Maslow, Jonas seria o arquétipo de quem teme a autorrealização, sabotando a si mesmo e abrindo mão da própria vocação. Ou seja, este complexo se refere à pessoa que tem medo das mudanças, do sucesso, principalmente na carreira profissional.
“O que acontece é que nós somos seres imitativos e, às vezes, sair do padrão pode ser assustador. E dar espaço para a sensação de solidão e a de culpa por tanto sucesso pode levar muitas pessoas a desistirem de grandes cargos. É a chamada autossabotagem que impede de seguir em frente”, explica a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani.
Complexo de Jonas e o medo de se destacar
O Complexo de Jonas ocorre, por exemplo, com pessoas que sonham em realizar grandes feitos na carreira, mas, ao alcançá-las, têm medo de estarem no topo. Isso porque cargos de destaque aumentam a insegurança e a sensação de não ter proteção do outro, do meio e da comunidade. Isso cria uma espécie de rejeição interna em aceitar aquilo que lhe está sendo oferecido e que foi conquistado.
Segundo a psiquiatra, estar em destaque significa estar sozinho, caminhar com os próprios pés em um território escondido, desabitado e inexplorado e faz nascer a sensação de perder a identidade. “Muitas pessoas se autoincapacitam involuntariamente e tendem a se defender da grandeza, do orgulho, do medo de arrogância e por não ter autoconfiança”, afirma ela.
Nesse sentido, quem está no topo precisa ter certa arrogância que é o que inspira a criação. Por outro lado, a humildade — além de não ajudar no processo criativo — pode atrapalhar o processo de subida na vida por deixar com que o sentimento de culpa tome conta até para aceitar uma promoção ou um cargo de destaque.
Caso você tenha se identificado com o problema, vale dizer que o complexo tem solução. Todo o tratamento leva em consideração a saúde mental e emocional de quem sente, além da análise do comportamento e das situações vividas.
Fonte: Dra. Jéssica Martani, médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia e graduada pela Universidade Cidade de São Paulo.
