Com a promessa de dias mais longos e ensolarados, o verão tropical é acompanhado pelo calor intenso que imediatamente nos remete às praias, piscinas, sombras e lazer para atenuar o termômetro elevado. Mas dentro de casa há sempre o dilema: ar-condicionado ou ventilador de teto?
Segundo as arquitetas Carina e Ieda Korman, que juntas lideram o escritório Korman Arquitetos, esta é uma decisão que deve considerar fatores como o projeto de arquitetura, a eficiência energética dos modelos e a sustentabilidade.
Para a dupla, a decisão por um não implica em excluir o outro, pois ambos possuem finalidades distintas no décor de interiores. “O ideal é saber aquilo que o morador deseja para o espaço. É preciso compreender esses desejos, pois essa escolha influencia diretamente na funcionalidade e, principalmente, no bem-estar”, explicam.
Ventilação x Resfriamento
Inicialmente, é importante considerar as necessidades específicas de cada região. A região Norte, por exemplo, caracterizada pelas altas temperaturas e a umidade elevada, demanda o uso do ar-condicionado para assegurar a tranquilidade térmica nos ambientes internos, seja durante o dia ou à noite. Já na região Sudeste, onde o calor é intenso, especialmente no verão, o ar-condicionado é, frequentemente, o preferido, enquanto em estações mais amenas, ventiladores são respostas eficazes.
A arquiteta Ieda Korman descreve que a ventilação tem o propósito arejar os ambientes através da circulação de correntes de ar que garantem, além da renovação, a remoção de poluentes, vapores, odores e o excesso de umidade. “Em climas moderados, ele favorece para um ambiente mais saudável e gostoso. Para tanto, o ventilador de teto pode ser implementado para oferecer a movimentação adequada e mudança do ar”, diz.
Em contrapartida, Carina Korman esclarece que o resfriamento oferece uma resposta mais imediata ao calor, entregando frescor mesmo sob as mais intensas ondas de calor. “O ar-condicionado é uma das soluções mais comuns, pois a máquina refrigera o calor do ar interno, entregando uma ambiência favorável”.
Para fins de comparação, o resfriamento se concentra no controle de temperatura do ar, enquanto a ventilação se refere à qualidade e movimentação deste ar. As profissionais acreditam que ambos são fundamentais na concepção dos projetos de interiores, pois ensejam saúde.
“Encontrar esse equilíbrio entre o ventilador e o ar-condicionado é primordial para um espaço onde a temperatura poderá ser gerenciada de maneira eficaz e a circulação de ar otimizada”, ressaltam Carina e Ieda.
Termalismo estético
Em muitos projetos arquitetônicos, a estética é o fator determinante e por isso, tanto um como o outro pedem uma abordagem cuidadosa para integrar as necessidades do gradiente de temperatura conforme com o estilo desejado.
Para as arquitetas Carina e Ieda Korman, quando o assunto é climatização, os ventiladores de teto apresentam mais combinações com o décor, enquanto a praticidade do ar-condicionado pode se sobrepor às considerações estéticas.
Ventiladores de teto
São frequentemente definidos pela capacidade de se tornarem elementos decorativos. “Disponíveis em uma ampla variedade de designs e cores, desde os mais clássicos até os contemporâneos e minimalistas, há sempre o ventilador de teto sempre perfeito para cada proposta”, ressalta Carina.
A arquiteta ainda enfatiza que, apesar da associação errônea pela ideia de serem, barulhentos e espaçosos, o mercado inovou e agora trabalham com sistemas inovadores, silenciosos, de fácil instalação e adaptáveis.
As pás, luminárias e acabamentos são características personalizáveis, fazendo do ventilador de teto um complemento em qualquer proposta decorativa. Ademais, é ideal para quem sofre de alergias respiratórias e sente o desconforto com o ar-condicionado.
Os sistemas de ar-condicionado, embora essenciais para o bem-estar , muitas vezes apontam problemas estéticos. “Eles sempre estão fixados em alguma parede ou janela, interferindo no projeto da residência. E não há como fugir disso”, completa a arquiteta Ieda.
Uma tendência em ascensão são unidades mais discretas, ocultas por dutos embutidos ou centralizados, mas a profissional alerta que é preciso verificar se há carga necessária para esse tipo de equipamento.
Eficiência energética
Antes de comprar o seu ar-condicionado ou ventilador de teto, Ieda diz que é preciso avaliar o consumo excessivo de energia elétrica, a eficiência da versão pretendida e a manutenção a longo prazo.
- Ventiladores de teto são projetados para um consumo energético relativamente baixo. Outros benefícios dizem respeito ao valor mais acessível do equipamento, instalação, instalação e possíveis reparos;
- Por outro lado, os sistemas de ar-condicionado têm consumo superior, especialmente em dias e locais mais quentes. A instalação, manutenção e limpeza requerem a ajuda de técnicos, e se realizadas regularmente, prolongam a vida útil do aparelho.
“Uma dica interessante é dar preferência à tecnologia Inverter, que economiza até 63% de energia quando comparado ao modelo convencional. Na sua composição, o artefato possui um compressor contínuo que evita os picos de luz ao ligar e desligar o aparelho, tem um menor tempo operacional para atingir a temperatura desejada e conta com menos ruídos da unidade interna e externa”, concluem.