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Fadiga: saiba como a condição pode afetar a sua beleza

Especialistas explicam os sinais da fadiga crônica na pele, que costumam envelhecer a aparência

Fadiga aumenta risco do desenvolvimento de olheiras - Foto: Shutterstock

Não é incomum encontrar alguém com sintomas de fadiga. Com o estilo de vida moderno, com muito estresse e pouco lazer, é cada vez mais comum encontrar pessoas que se identificam com a sigla TATT, ou Tired All The Time (cansado o tempo todo, em tradução do inglês). Isso pode ter relação com os níveis altos de cortisol no organismo, mas esses efeitos também aparecem na pele. 

“Os pacientes procuram o consultório com queixas como ar cansado e triste, mas não pedem rejuvenescimento”, conta a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). “É muito comum os pacientes entrarem na consulta não mais reclamando de rugas, mas sim sobre o aspecto cansado, reflexo do aumento do estresse, estilo de vida, sono alterado, e a crescente demanda por alimentos nem sempre saudáveis.

Desta forma, o impulso da demanda por cosméticos nutritivos e antifadiga tem sido uma constante. De acordo com a dermatologista Dra. Mônica Aribi, “houve um crescimento a partir de 2020, quando a pandemia se instalava, com o estresse e mudanças de comportamento sendo a base para a queixa de pacientes que pediam tratamentos mais voltados para a aparência cansada, também devido às horas excedentes trabalhadas em home office”. 

Efeito da fadiga na pele

As olheiras estão entre as queixas mais frequentes nos consultórios sobre os efeitos da fadiga na pele. “As olheiras que são mais violáceas ou mesmo as mistas com tons acastanhados e arroxeados podem surgir por noites mal dormidas, por excesso de bebida alcoólica, tabagismo, na TPM (Tensão Pré-menstrual), por abuso da exposição solar, medicamentos fotossensibilizantes, por processos inflamatórios como rinite e sinusite crônica”, explica a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

Além disso, as olheiras também podem surgir em pessoas com processos alérgicos na área dos olhos, pacientes com alterações dos hormônios da tireoide e para quem tem maior tendência à formação de bolsas que provocam edema, ou seja, inchaço palpebral, com congestão dos capilares e vasos na região que se apresentam dilatados. Em razão deste quadro, ocorre um processo inflamatório local que produz derrame de pigmento de melanina e hemossiderina que se deposita na pele e a escurece de forma heterogênea e que se torna progressivo e crônico trazendo um ar de cansaço.

Rugas e olheiras

O dermatologista Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que, enquanto as rugas deixam a aparência mais triste, as olheiras dão um ar de cansaço. “Como a pele ao redor dos olhos é uma das mais finas e sensíveis do corpo, está entre as primeiras a revelar sinais de esgotamento”, destaca. “Além disso, uma grande preocupação é a queda das pálpebras”, explica Abdo. Apesar de ser um sinal clássico, a olheira não é a única alteração que denuncia o cansaço. Segundo a dermatologista Mônica Aribi, há mais sinais clínicos, que podem surgir inclusive por conta do envelhecimento natural. 

“As pálpebras inferiores, por exemplo, quando começam a se tornar flácidas, trazem uma aparência de cansaço que, logicamente, envelhece o olhar. Não é raro essa flacidez deixar transparecer as bolsas palpebrais, que ainda podem inchar dependendo da capacidade de drenagem linfática e dos hábitos de vida do paciente. Por exemplo, pessoas que ingerem comidas muito salgadas ou tomam bebidas alcoólicas em demasia têm essa característica bem exacerbada, o que faz com que sejam julgadas com uma idade mais avançada do que elas têm”, diz a médica. “Por características genéticas, algumas pessoas jovens também apresentam bolsas proeminentes embaixo dos olhos mesmo sem ter flacidez”, explica Mônica Aribi.

Pele sensível 

A desidratação, opacidade e vermelhidão também estão relacionadas com a aparência de uma pele cansada. Segundo Claudia Marçal, a própria sensibilidade da pele pode estar relacionada à fadiga. “Muitos tipos de células da pele, incluindo células imunológicas e células endoteliais (células que alinham os vasos sanguíneos), podem ser reguladas por neuropeptídeos e neurotransmissores, que são substâncias químicas liberadas pelas terminações nervosas da pele”, explica a dermatologista.

De acordo com a médica, o estresse pode liberar um nível maior dessas substâncias e, quando isso ocorre, pode afetar o modo com o qual nosso corpo responde a muitas funções importantes, como sensação e controle do fluxo sanguíneo. Além disso, a liberação desses produtos químicos pode levar à inflamação da pele. O problema é que a vermelhidão de uma pele sensível pode ser causada justamente por uma rotina de skincare mal orientada. 

“As rotinas de skincare, cada vez mais complicadas e complexas, também podem ser o x da questão para descobrir a causa da sensibilidade. Muitas mulheres reclamam de ter um armário cheio de cremes que usaram uma vez. Ou então elas têm usado o mesmo creme por uma década, apesar da aparência e das necessidades de mudança de sua pele”, diz Claudia. “O que é importante lembrar é que o cuidado com a pele não é uma ciência exata, porque a individualidade de cada um prevalece. O que funciona para o seu amigo ou aquele blogueiro, modelo, atriz que você segue no Instagram, quase não tem influência sobre o que vai funcionar para você. A orientação dermatológica é fundamental”, enfatiza a médica.

Produtos para melhorar a aparência da pele

Nesse contexto, surgiram cosméticos e procedimentos com efeitos que combatem a fadiga. “Inúmeras empresas vêm introduzindo cosméticos antifadiga com ingredientes inovadores”, explica a Dra. Mônica. Segundo a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gerente técnica da Biotec Dermocosméticos, a proposta de ativos antifadiga faz sentido com ingredientes que aumentem a produção energética – e pode ser necessário unir nutracêutica (via oral) com cosmecêutica (produto tópico). 

“Ativos antifadiga como Arct-Alg (tópico) e Bio-Arct (oral) combatem o déficit energético celular e são responsáveis por aumentar a produção de energia (ATP celular) pelas mitocôndrias. Bio-Arct age de forma sistêmica no organismo e é indicado até mesmo para casos de fadiga crônica e mitocondriopatias. Essa ação se dá pelo dipeptídeo citrulil-arginina, a forma mais biodisponível da arginina, que aumenta a produção de óxido nítrico, um ergogênico (isto é, um maximizador de performance) importante. Ambos os ativos são fontes da biomassa marinha originária de uma alga vermelha encontrada no mar ártico. Nos mares gelados e, especialmente no inverno, a alga concentra esse dipeptídeo citrulil-arginina para assegurar reservas energéticas para a estação da primavera”, explica a farmacêutica. 

Para agir nos sinais da fadiga na pele, a farmacêutica recomenda o ativo tópico Adalvine 5X, capaz de acalmar a pele, reduzir a inflamação local, melhorar a microcirculação e proteger os microcapilares. “Também pode ser necessário o ácido hialurônico de baixo peso molecular, como Hyaxel, que reduz o impacto dos efeitos do cortisol na pele. Quando elevado, o cortisol prejudica a proliferação e a diferenciação celular e o crescimento dos queratinócitos, levando à atrofia da epiderme e ao enfraquecimento da barreira cutânea. Então, o Hyaxel, além de diminuir essa ação do cortisol, intensifica o processo de renovação da camada mais superficial e fortalece sua função de barreira, aumentando a proteção contra agressores externos”, completa a farmacêutica.

Uso de esfoliantes

Quando a aparência cansada é consequência da opacidade e falta de brilho da pele, o que pode ocorrer devido ao excesso de impurezas e células mortas na superfície da pele que o sabonete não consegue remover sozinho, é interessante fazer uso de um esfoliante. Mas é importante escolher um produto adequado que atue de maneira suave, como o Esfoliante Facial Tribeca, da B.URB, que conta com Microesferas de Arroz e Damasco para eliminar células mortas sem agredir a pele, melhorando a textura, mantendo a hidratação e reduzindo a oleosidade. Porém, tome cuidado com a frequência do uso do produto. 

“O uso excessivo do esfoliante pode causar irritação, vermelhidão e sensibilidade, gerar um efeito rebote na oleosidade e até piorar manchas. Por isso, não é recomendado utilizá-lo diariamente. A frequência ideal pode variar de acordo com o tipo de pele e a sensibilidade individual, mas, no geral, é recomendado fazer a esfoliação uma vez por semana ou a cada duas semanas”, ressalta a médica Dra. Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

Tratamentos

Para reduzir os efeitos da fadiga na pele, o dermatologista Abdo Salomão Jr. recomenda procedimentos com laser de picossegundos. “O Quadri Pico é uma máquina dinâmica dedicada ao tratamento de manchas, melasma, rejuvenescimento e um pulso especial para o tratamento da rosácea, que causa vermelhidão na pele. Ela tem mais potência e uma maior gama de comprimentos de onda, o que permite tratar manchas, olheiras, vasos, rosácea, além de rejuvenescimento”, explica.

Claudia Marçal lembra que é importante uma mudança no estilo de vida, com a adoção de hábitos saudáveis. “Podemos realizar na região facial, para rejuvenescer a pele local e reestruturar o colágeno, o microagulhamento de ouro com radiofrequência ou lasers com excelente resposta na eliminação de linhas, melhora do tônus e clareamento homogêneo local. Estes tratamentos em conjunto trazem muito bons resultados e podem ser repetidos sempre que necessário”, explica.

Para a região das pálpebras principalmente, Beatriz Lassance enfatiza que uma blefaroplastia de qualidade pode realizar muito mais do que simplesmente remover o excesso de pele. “A cirurgia pode ajudar a levantar e revitalizar o olhar, diminuir o aspecto de cansaço da região, melhorar a aparência de inchaço sob os olhos e, em alguns casos, até mesmo melhorar a visão anteriormente prejudicada”, diz a médica. A cirurgiã plástica explica que o procedimento mudou muito nos últimos anos. 

“Com o tempo, percebeu-se que a simples retirada de pele e gordura era responsável por olhos encovados e arredondados. Então, hoje em dia, temos uma conduta mais conservadora na qual, em vez de retirar, reposicionamos tecidos como pele, bolsas de gordura, músculos e ligamentos”, afirma a especialista, que acrescenta que a blefaroplastia pode ser realizada tanto nas pálpebras superiores quanto nas inferiores. “Podemos ainda utilizar enxerto de gordura e preenchedores injetáveis para solucionar os sulcos abaixo dos olhos que também podem agravar o aspecto de cansaço”, finaliza Beatriz Lassance.

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