Se você é antenada na rede social de vídeos curtos, principalmente no nicho de beleza, então já se deparou com o termo bichectomia ou “buccal fat removal”, não é mesmo? Este é um procedimento que ganhou popularidade por lá após a viralização de alguns resultados do procedimento.
Talvez o que mais tenha ganhado destaque seja o da atriz Lea Michele, conhecida por seu papel na série “Glee”. No fim do ano, a estrela de “Funny Girl” compareceu a um tapete vermelho com um rosto bem mais marcado nas maçãs do rosto.
Como a própria tradução de “buccal fat removal” sugere, essa é uma cirurgia realizada para remoção da gordura nas região das bochechas. “Basicamente, removemos um tecido gorduroso que existe abaixo das maçãs do rosto. A quantidade deste tecido varia de pessoa para pessoa de acordo com a genética, e dá formato às bochechas”, esclarece a cirurgiã plástica Patricia Marques, especialista em procedimentos faciais e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Marques explica que para remover estes pontos de gordura do rosto, o procedimento deve ser realizado por um especialista. “Qualquer tipo de procedimento facial deve ser tratado com muito cuidado, em especial os permanentes, como é o caso da bichectomia. Devemos considerar sustentação, nervos, estrutura óssea e muitas outras particularidades.”
Há casos e casos
Na situação de Lea Michele, a cirurgia pontua que o estranhamento causado tem a ver com a falta de simetria que o procedimento deixou no rosto da artista. “Vemos que ela já não tinha uma bochecha muito pronunciada, e um maxilar quadrado e forte. Ao fazer a remoção, aparenta que a parte do meio do rosto não condiz com a parte inferior, dando uma visão desproporcional, ainda mais para quem estava acostumado a vê-la antes”, explica a profissional.
Por isso, a médica destaca que, quando não se tem muita gordura para remover, a bichectomia deve ser reconsiderada. “Este ponto de gordura facial, chamadas bolas de Bichat, diminui com o tempo. Então conforme envelhecemos e a pele se torna mais flácida, pode faltar o preenchimento que o corpo já oferece naturalmente, causando um nível de envelhecimento precoce”.
Todo procedimento deve passar por uma avaliação pré-cirúrgica, com um especialista, e a profissional destaca que “Queixos mais finos e pontiagudos, harmonizam melhor com uma maçã do rosto pronunciada, um dos efeitos da cirurgia. A simetria óssea em relação às bochechas é um fator importante a se considerar, pois vai afetar a harmonia facial”.
Por fim, Marques frisa que a decisão de fazer a cirurgia, no final, é da paciente. “Acho qualquer tipo de mudança válida para nos sentirmos melhor com nós mesmos, lembro apenas que certas cirurgias plásticas são permanentes e devem ser consideradas seriamente, e sempre feitas com acompanhamento de um cirurgião membro da SBCP,” finaliza.