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Trabalho: cresce afastamentos por ansiedade e depressão

O mercado de trabalho tem sido impactado com profissionais que sofrem com depressão e ansiedade

Brasil enfrenta uma crise de saúde mental sem precedentes, refletida diretamente no mercado de trabalho. Casos aumentaram 68% em 2024

Segundo dados do Ministério da Previdência Social, mais de 470 mil trabalhadores foram afastados por transtornos mentais em 2024. Esse número representa um aumento de 68% em relação ao ano anterior. A tendência é resultado de diversos fatores, incluindo os efeitos prolongados da pandemia de COVID-19, o aumento da pressão no ambiente corporativo, dificuldades econômicas e o ritmo acelerado de trabalho.

Trabalho e doença mental: um cenário preocupante

A CEO Amanda Carvalhal, que atua no setor offshore e é especialista em gestão corporativa, explica que esse cenário é ainda mais desafiador para empresas desse ramo, especialmente no setor de óleo e gás. “Os colaboradores offshore lidam com longas jornadas de trabalho, ambientes isolados e estresse elevado. Além disso, a distância da família agrava a saúde mental, pois muitas vezes o colaborador está longe enquanto enfrenta problemas como filhos ou familiares doentes. Isso gera uma sensação de impotência e intensifica o sofrimento psicológico”, afirma Amanda.

Um estudo publicado na revista Journal of Occupational Health Psychology apontou que trabalhadores offshore têm uma probabilidade significativamente maior de desenvolver ansiedade e depressão em comparação a profissionais que atuam em ambientes urbanos. São fatores de risco o isolamento social e a rotina intensa.

Um problema silencioso

Outro ponto crucial, segundo Amanda Carvalhal, é que os líderes enfrentam dificuldades para identificar sinais de transtornos mentais nos colaboradores. “Muitos desses problemas são silenciosos, e o estigma ainda faz com que alguns funcionários tentem esconder o que estão sentindo. Isso torna essencial que os gestores recebam treinamentos para identificar sinais precoces.”

Amanda destaca que sua empresa, Lifting Group, tem investido em ações preventivas para reduzir os afastamentos por questões psicológicas. “Criamos um programa de qualidade de vida que inclui acompanhamento psicológico e médico contínuo. Também oferecemos espaços de descanso e relaxamento, além de promover uma comunicação aberta entre líderes e equipes. Também incentivamos atividades físicas e momentos de lazer para reduzir o estresse”, relata a CEO.

Embora os desafios sejam grandes, a empresária e psicóloga acredita que a crescente abertura para o debate sobre saúde mental tem contribuído para que mais pessoas busquem ajuda. “O preconceito está diminuindo, o que é positivo, mas é importante que as empresas estejam preparadas para oferecer o suporte adequado aos colaboradores”, alerta.

A saúde mental das mulheres no mercado de trabalho

Estudos apontam ainda que o impacto maior é na saúde das mulheres. Segundo uma pesquisa publicada pela American Journal of Psychiatry, as profissionais apresentam uma prevalência 60% maior de ansiedade e depressão em ambientes corporativos de alta pressão, especialmente em setores que exigem maior tempo longe da família. A sobrecarga emocional, que envolve a gestão simultânea do trabalho e das responsabilidades familiares revela o motivo dessa diferença. “É importante que a saúde mental seja prioridade para as empresas, especialmente no ambiente offshore, onde os desafios são mais intensos e as consequências podem ser ainda mais graves”, conclui Amanda Carvalhal.

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