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A apresentadora Sabrina Sato perdeu o bebê que esperava com o ator Nicolas Prattes; médico explica como minimizar os riscos de aborto
Sabrina Sato sofre aborto na 11ª semana de gestação - Foto: Reprodução / Instagram / @sabrinasato

Saúde

Sabrina Sato: entenda o que deve ser feito após um aborto

A apresentadora Sabrina Sato perdeu o bebê que esperava com o ator Nicolas Prattes; médico explica as causas

Sabrina Sato, de 43 anos, perdeu o bebê que esperava com o ator Nicolas Prattes. A apresentadora, que anunciou a gravidez em outubro, estava na 11ª semana de gestação. Segundo o médico Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), casos como esse são muito comuns. Estima-se que de 15 a 25% das gestações acabem em abortos

“Alguns são muito precoces, com poucos dias de atraso menstrual, e a mulher talvez nem saiba que estava grávida. Mas a maioria dos abortos acontece bem no início da gravidez, principalmente por causas cromossômicas ou genéticas”, explica. De acordo com o médico, a idade dos pais é um fator importante para que o aborto aconteça. 

“A idade interfere, principalmente a da mulher. Com o tempo, o material genético dos óvulos envelhece e se deteriora, o que reduz as chances de gravidez e aumenta o risco de aborto. No homem, esse processo acontece também, mas em idades mais tardias”, aponta. No entanto, existem ainda outros fatores que podem influenciar o abordo. 

“Além das alterações genéticas e cromossômicas, malformações do útero, diabetes não controlada, doenças autoimunes sem tratamento adequado, consumo de álcool, uso de drogas, alterações hormonais, infecções e trombofilias (chances maiores de formar coágulos no sangue que impedem a nutrição da placenta) são alguns dos fatores que podem levar ao aborto”, explica Fernando.

Riscos para a saúde da gestante 

Após um aborto, é fundamental buscar um especialista para entender qual a causa do problema. “Há inclusive situações em que o aborto não acontece por completo e a placenta não é eliminada totalmente, o que é chamado de aborto retido. Esse material retido no útero pode ser muito perigoso e causar infecções, calcificações, tromboses, sangramentos intensos e, em casos extremos, pode ser letal”, explica o médico. 

Se o material não é eliminado totalmente do útero, pode ser necessário realizar uma curetagem ou uma aspiração com uma seringa especial chamada AMIU (aspiração manual intrauterina). Ela é realizada em ambiente hospitalar, com anestesia, com o objetivo de remover os tecidos da gravidez que ainda não se descolaram do útero. 

Dependendo do tempo que o aborto aconteceu, da quantidade de material retido e de outras situações clínicas da paciente, a curetagem pode ter riscos de perfurações do útero ou mesmo de grudar suas paredes internamente. “Essas complicações de um aborto podem fazer a mulher perder o útero ou ter dificuldades para engravidar depois”, acrescenta Fernando. 

Cuidados essenciais 

Apesar dos riscos, quando descobertos bem no início e acompanhados por um médico, os abortos resolvem-se em segurança e sem deixar sequelas. “Ainda existe uma hipótese, não comprovada, de que a cada gravidez (mesmo que termine em aborto) o organismo materno passa a ‘reconhecer’ o material genético paterno presente no embrião. Um mecanismo similar à memória imunológica. Assim, com o tempo, uma nova gestação não será entendida mais como ‘corpo estranho’ e poderá se desenvolver sem terminar em aborto”, afirma Fernando. 

Ainda assim, os abortos devem sempre ser tratados com atenção, principalmente quando a mulher tem mais de dois abortos consecutivos, chamados de abortos de repetição. Nesses casos, o médico alerta que é preciso buscar um especialista em reprodução assistida para que possa ser feito o diagnóstico correto. Descobrindo a causa do problema, o tratamento pode ser iniciado e realizado de diversas formas, de acordo com a necessidade de cada paciente.

Dependendo das causas do aborto de repetição, pode ser recomendada uma mudança de hábitos, mas também pode ser necessário realizar uma fertilização in vitro (FIV) para que a mulher tenha condições de engravidar novamente. “Na FIV, em casos de aborto de repetição, recomenda-se ainda fazer um teste genético no embrião, chamado PGT-A, que pode diagnosticar doenças cromossômicas, assim permitindo a seleção de embriões cromossomicamente normais para serem transferidos para o útero da mãe, o que previne muitas causas de aborto e especialmente síndromes graves”, destaca o médico.

Uma vez concretizada uma nova gestação, esta deve ser minuciosamente acompanhada pela equipe de especialistas. “A boa notícia é que, independentemente das causas do aborto, mulheres que passaram por esta situação possuem 70% de chance de engravidar e ter uma gestação saudável”, finaliza Fernando.

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