De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam algum nível de grau na perda auditiva. No Brasil, essa realidade também é alarmante. A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) estima que de cada mil crianças nascidas, três a cinco já apresentam deficiência auditiva, e aproximadamente 5,8 milhões de brasileiros convivem com a surdez.
Classificada de diferentes formas, a surdez pode ser congênita ou adquirida. Além disso, ela pode afetar indivíduos de todas as idades. Os impactos dessa deficiência tem resultado em desafios significativos na comunicação. Ele pode afetar não apenas a saúde e a qualidade de vida, mas também o desenvolvimento acadêmico e as relações de trabalho.
A audiologista Ariane Gonçalves, da clínica AudioFisa, destaca a importância de se entender a surdez como aspecto da diversidade humana. “A surdez não é somente uma deficiência, mas uma maneira diferente de viver e se comunicar. É fundamental que as pessoas estejam mais abertas e preparadas para incluir pessoas surdas, proporcionando acesso à educação, saúde e oportunidades de trabalho”, afirma.
Ariane também ressalta que a conscientização sobre a surdez deve começar desde cedo. “É vital que as escolas e as famílias sejam informadas sobre as necessidades das crianças surdas, garantindo que elas tenham um ambiente inclusivo e acolhedor”, explica.
Como prevenir a surdez?
Segundo a especialista, há algumas recomendações que podem impedir essa anomalia. “Muitas causas de perda auditiva podem ser evitadas, especialmente em crianças, com medidas como a imunização contra rubéola e meningite, e o tratamento precoce de infecções do ouvido, como a otite média. Já em adultos, o controle do ruído, o uso seguro de dispositivos de áudio e a vigilância de medicamentos que podem prejudicar a audição são fundamentais”, afirma Ariane.
Ela também ressalta a importância da triagem precoce e do diagnóstico para garantir intervenções mais eficazes. “A identificação precoce da perda auditiva permite um tratamento mais eficaz, e na maioria dos casos, a reabilitação auditiva, com o uso de aparelhos auditivos ou implantes”, alerta Ariane.
A recomendação que a especialista faz é sobre empatia no diagnóstico e na convivência em sociedade. “Portanto, em celebração a data, fica a reflexão da importância, inclusão e o respeito. Sendo imprescindível agregar pessoas com essa condição nos meios sociais, para garantir que sejam respeitados e ouvidos. Além disso, com políticas públicas eficazes, é possível construir um futuro mais inclusivo e acessível para todos”, finaliza.