Perto de completar dois anos de existência, o Pix se tornou um dos principais métodos de pagamento do país. É o que mostra o estudo “Pix no Brasil: Cenário e Oportunidades”, da Capco. A pesquisa, realizada com 2 mil pessoas, apontou que 94% delas utilizam o Pix no seu dia a dia.
O sistema, que é instantâneo, trouxe agilidade e ampliou o acesso da população a serviços financeiros. “O pagamento instantâneo inclui de verdade quem não tem cartão e isso acontece porque as transações são mais simples”, avaliou João Bezerra Leite, mentor e investidor de fintechs e influenciador de diversidade e inclusão, durante evento de apresentação do estudo em São Paulo.
“No exterior, em locais como China e Inglaterra, esse fenômeno já é observado há mais tempo, com jornadas de pagamento mais rápidas e integradas com os aplicativos de mensagem. Essa transformação digital também já pode ser vista no Brasil por meio de pessoas que, por exemplo, já recebem seus pedidos pelo WhatsApp e aceitam pagamentos por Pix”, comentou ele.
Contudo, apesar da boa adesão ao Pix, Alexandre Bueno, head do Capco Labs em São Paulo, destaca que o sistema ainda precisa de melhorias, principalmente em relação à segurança e a jornada de experiência do usuário. Mas, segundo ele, “o estudo mostra que as possibilidades de negócio e inclusão são promissoras e devem ser conquistadas em um curto prazo”.
Novas funcionalidades
Para Mayara Yano, assessora sênior no Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil (BCB), o impacto econômico e social do Pix deve viabilizar a implantação de novas funcionalidades na plataforma em breve.
“O Brasil teve a adoção mais rápida do mundo, passando de 30 transações per capita no seu início para 70 transações per capita atualmente. Hoje, já são 779 instituições regulares que oferecem o sistema e 60 estão em processo de adesão”.
Assim, na agenda evolutiva do método de pagamento prevista pelo BCB para os próximos anos, estão a inclusão de funções como Pix Automático, Internacional e Pix Cobrança 2.0.
“Enxergo cada vez mais o Pix sendo a principal forma de pagamento no futuro até mesmo para transações internacionais de forma instantânea e pagamentos de bens de alto valor sem necessidade de dinheiro, porque o aperfeiçoamento constante que temos observado vai tornar a jornada cada vez mais fluida, fácil e segura”, concluiu Mayara.