Ter um cãozinho educado, dócil e feliz exige paciência, conhecimento, dedicação e, muitas vezes, o apoio de especialistas para conseguir chegar aos objetivos. Porém, quando o caso é de surdez, essa situação fica ainda mais desafiadora, já que o animal possui uma perda sensorial.
Apesar de a surdez em cachorro ter múltiplos fatores — seja ela de nascimento, adquirida por conta de alguma doença ou pela idade avançada —, é importante prezar pela qualidade de vida do seu cãozinho. Isso porque, a doença pode fazer com que o animal desenvolva comportamentos indesejados.
“Muitas vezes, a surdez não é identificada, mas ela pode ser a causa de agressividade, ansiedade, ou até mesmo uma aparente falta de atenção do cão por seus tutores.”
Carolina Jardim, psicóloga especialista em Comportamento Animal
Portanto, que tal conhecer um pouco mais sobre a surdez em cães e entender quais cuidados esses animais precisam? Confira a seguir um pouco mais sobre o tema:
Principais causas da surdez em cachorro
A maioria dos casos de surdez canina são congênitos. E de acordo com estudos, existem raças com maior predisposição ao problema. A Escola de Medicina Veterinária da Universidade de Louisiana, conseguiu detectar que os Dálmatas são a raça com maior incidência de surdez congênita unilateral ou bilateral.
Ainda assim, nas últimas décadas, um novo cenário entrou em ação. Como a expectativa de vida dos cães praticamente dobrou, a idade avançada dos pets também fez com que crescesse o número de cachorros surdos.
“Assim como entre os humanos, o aumento da sobrevida trouxe, como desafio, o fato de que muitos cães passaram a ter perdas sensoriais com o avanço da idade, principalmente na audição e na visão”, explica Carolina.
Dessa forma, as causas para a surdez em cachorro podem mudar e, como resultado, os casos relacionados à idade podem chegar cada vez mais próximos, em números, dos congênitos (ou até os ultrapassando).
Cuidados necessários com o cãozinho surdo
Caso seu cachorro já seja ou acabou de ser diagnosticado com surdez, saiba que é necessário ter cuidados especiais com ele. E isso, tanto em sua rotina, como em sua comunicação para com o animal.
Para isso, existem duas dicas valiosas da especialista. Confira a seguir:
- coloque um pequeno sino no pescoço do pet: essa atitude facilitará sua rotina, já que ficará mais fácil encontrá-lo pela casa;
- não aborde o animal por trás: esse tipo de abordagem pode assustar o animal e isso estimulará o pet a ficar mais agressivo. Por isso, é importante evitar, tudo bem?
Diferenças de tratamento
Vale lembrar que o tratamento destinado ao cão idoso se difere em vários aspectos daquele destinado a cães que nascem surdos. Quando a surdez chega por conta da idade, o animal começa gradualmente a apresentar diferenças de comportamento e demonstra dificuldade para se adaptar às atividades de rotina.
Para Carolina, este é o melhor momento para identificar a causa. Constatada a surdez, o ideal é que o dono estabeleça uma nova forma de comunicação com o cachorro. Isso vai ajudar o animal a se adaptar a um novo modo de estar no mundo.
Por fim, a profissional enfatiza que cães surdos são muito especiais e estabelecem uma conexão única com seus tutores. “Uma vez que você tem um cão surdo, você sempre vai querer ter um. Eles nos ensinam uma forma de amor que é difícil colocar em palavras. A experiência vale cada segundo de dedicação”, diz a especialista. Dessa forma, é muito importante perseverar, mesmo com as dificuldades, e fazer o melhor para cuidar do seu cãozinho sempre.
Fonte: Carolina Jardim, psicóloga especialista em Comportamento Animal e fundadora da Turma do Focinho.