Comemorando o feito de ser a única cantora da história a colocar 50 músicas no 1° lugar de uma lista da Billboard, Madonna deu uma entrevista ao programa americano “The Night Show”, na última quarta (10). Além da comemoração, a artista aproveitou o momento para desabafar sobre etarismo — o preconceito contra idade.
Aos 63 anos, ela destacou algumas das frases mais ouvidas por mulheres ao chegarem na fase 50+, reforçando a discriminação com essa faixa etária. “Ridícula” e “Não sabe envelhecer” são alguns dos comentários frequentemente ouvidos, que reforçam o etarismo.
Segundo a especialista em longevidade ativa Márcia Sena, isso ocorre porque a sociedade tem uma concepção de que a partir dos 50 anos, as mulheres, principalmente, devem ter uma vida pacata, sem relações sexuais e longe da vaidade. Assim, qualquer comportamento fora desse padrão é julgado, sobretudo pelo ‘tribunal da internet’ — comum para famosos como Madonna.
Idade máxima não existe — ou, pelo menos, não deveria existir
“O que muitos não compreendem é que a mudança na qualidade de vida está gerando longevidade e autonomia. Ou seja, tanto os homens, quanto as mulheres, estão envelhecendo bem e a cada dia estão com aspectos mais jovens, saudáveis e com vitalidade”, ressalta Márcia.
Portanto, mulheres poderosas aos 50+, como Madonna, não devem ser encaradas como um caso isolado, mas como uma tendência. Afinal, a premissa é justamente essa: viver bem para envelhecer bem. E o envelhecimento não significa o fim de nada, viu? Idade não é, nem nunca foi, documento.
Mas, infelizmente, esse entendimento ainda não é total. A especialista relembra, por exemplo, um episódio de etarismo relatado pela atriz Ingrid Guimarães. Nas redes, ela escreveu: “Tenho percebido um certo silêncio quando digo que estou chegando perto dos 50. Quando a pessoa quer ser simpática ainda diz: ‘Olha, você está ótima, tá?! Quase como quem diz: ‘Calma, que você não parece velha”.
Efeito negativo
De acordo com a especialista, praticar o etarismo prejudica (e muito!) quem é alvo desse preconceito. Traumas e até depressão podem ser as consequências dessa discriminação. Portanto, é urgente conscientizar a sociedade a respeito desse tema.
“É preciso saber envelhecer com qualidade, pois, a forma como vamos chegar na velhice é uma decisão que só depende de nós. Essa fase da vida, quando bem vivida, proporciona grandes prazeres. Todas as pessoas com mais de 50 anos estão aptas para explorar as mais diversas áreas da vida. Afinal, nunca é tarde para começar”, adverte a profissional.
Fonte: Márcia Sena, especialista em longevidade ativa e qualidade de vida da Senior Concierge.