Que as crianças exigem cuidado redobrado, os papais e mamães de plantão já sabem. Mas, você sabia que essa preocupação é ainda maior quando falamos de alimentação infantil? Pois é! Ela influencia de forma significativa na vida adulta, e é por isso que certos ingredientes não podem faltar no prato dos pequenos.
Ainda que a alimentação das crianças seja importante, nada de antecipar fases, tudo bem? E isso quem explica é a nutricionista e professora Carolina Böettge Rosa. De acordo com a especialista, o Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de dois anos indica que o mais adequado e saudável a ser incluído nos pratos é a “comida de verdade”, iniciando pelo aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida.
“A partir dessa idade, a alimentação infantil deve ser rica em nutrientes, por isso o prato precisa ser bem variado. Arroz e feijão não podem faltar, pois essa combinação possui todos os aminoácidos essenciais de que precisamos. Além disso, o prato deve ter ainda uma outra fonte de proteínas, como as carnes, que também são fontes de ferro, zinco e vitaminas do complexo B”. A nutricionista completa: “Legumes, verduras e frutas irão garantir as fontes de vitaminas e minerais para a manutenção da imunidade, e quanto mais variado for esse grupo, melhor”, esclarece.
Introdução de alimentos: in natura, minimamente processados, processados ou ultraprocessados?
A alimentação infantil — assim como em qualquer idade — deve ter como base alimentos in natura ou minimamente processados. O arroz, o feijão, as frutas, os legumes e as verduras, a mandioca, o milho, as carnes e os ovos, são apenas alguns exemplos.
Já os alimentos processados industrialmente, como enlatados, queijos e conservas, devem ser limitados. “E, se forem consumidos, utilizados em pequenas quantidades”, indica Carolina. A especialista também complementa que alimentos ultraprocessados não devem fazer parte da alimentação em qualquer idade, em especial na infância, pois contêm quantidades excessivas de calorias, sal, açúcar, gorduras e aditivos.
Por isso, biscoitos, bolachas, sucos artificiais, refrigerantes, salgadinhos, macarrão instantâneo e outras guloseimas não devem ser oferecidos, pois de acordo com a nutricionista, não fazem parte de um padrão alimentar saudável.
“Alimentos ricos em açúcar e gordura, como os ultraprocessados, aumentam as chances de ganho de peso excessivo durante a infância e, consequentemente, o desenvolvimento de obesidade e outras doenças na vida adulta. Eles são formulados para serem extremamente saborosos, induzirem seu consumo frequente ou mesmo para criar dependência. Isso é particularmente crítico no começo da vida, pois a criança está formando a base de seu hábito alimentar. O consumo desses alimentos pode levá-la a ter menos interesse pelos alimentos in natura ou minimamente processados”, explica.
Dicas para estimular bons hábitos na alimentação infantil:
Introduzir uma alimentação saudável para os pequenos não é uma tarefa fácil, mas Carolina dá algumas dicas. No café da manhã, por exemplo, ela fala do leite e dos laticínios. “Como nosso costume é de beber leite na primeira refeição do dia, o leite integral ou fórmulas infantis podem ser oferecidos para os filhos no café da manhã (de acordo com a idade, e quando não houver intolerância ou alergias). Os laticínios (leite e derivados) são importantes fontes de cálcio e proteínas, além de favorecerem à saciedade. Cereais integrais, como aveia e pães são boas fontes de fibras, e as frutas fornecem vitaminas e minerais”.
Já as carnes e os laticínios integrais também são fontes de nutrientes importantes, como proteínas, ferro e cálcio. Porém, podem conter gorduras saturadas que, em excesso, contribuem para o sobrepeso e a obesidade. “De modo geral, o consumo excessivo de qualquer alimento deve ser evitado, pois do contrário pode causar diversos efeitos negativos”, finaliza.
Fonte: Carolina Böettge Rosa, nutricionista e professora do curso de Nutrição do Cesuca.