Falar de medo não é algo tão simples quanto parece, já que ele gera diversas reações fisiológicas e psicológicas. “Esse comportamento está ligado a um sistema muito mais rápido que a razão, que promove a nossa proteção. Ele é como um método de alarme, que avisa, mas não toma decisões por conta própria”, descreve Hebe de Moura, psiquiatra.
No cérebro
Para que as informações cheguem ao cérebro quase que instantaneamente, há um sistema complexo, envolvendo diversas áreas, neurotransmissores e hormônios para que o medo seja processado. “Os estímulos são percebidos pelos órgãos do sentido (visão, audição, tato, olfato e gustação), encaminhados ao tálamo (região que promove a transmissão de impulsos sensitivos) e, a seguir, percorrem dois caminhos: a amígdala cerebelosa (área no cérebro responsável pelo processamento dos estímulos percebidos como nocivos); e para o córtex pré-frontal, que é encarregado de realizar a análise cognitiva (mental) destes estímulos”, detalha Marcelo Katayama, terapeuta .
Após o processamento das informações, essas são disparadas para outras regiões do cérebro por meio de neurotransmissores e hormônios. “Alguns deles são a adrenalina e o cortisol, que liberam uma resposta fisiológica no organismo e o prepara para um estado de alerta para fuga ou defesa”, afirma o especialista em inteligência emocional William Ferraz.
Corpo reage
Com isso, o organismo sofre diversas alterações, como o aumento de fluxo sanguíneo para o coração, pulmões e músculos, além da redução da circulação na pele e nas vísceras. Isso irá variar de acordo com a análise feita pelo córtex pré-frontal, que indicará o comportamento adequado para cada situação.
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Consultorias: Hebe de Moura, psiquiatra; Marcelo Katayama, cirurgião, terapeuta e instrutor do Núcleo Ser, em São Paulo (SP); Valéria Cimatti, psicóloga; William Ferraz, terapeuta, especialista em Programação Neurolinguística e em Inteligência Emocional do Instituto IDEAH de São Paulo (SP).
Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Entrevistas: Natália Negretti e Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador