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Com sintomas semelhantes, é fundamental entender o que é de fato um infarto ou uma crise de ansiedade
Sintomas como a taquicardia e dores no peito são comuns em ambos os casos - Shutterstock

Saúde

Infarto ou ansiedade? Saiba diferenciar os sintomas

Com sintomas semelhantes, é fundamental entender o que é de fato um infarto ou uma crise de ansiedade

Dores no peito e batimentos cardíacos acelerados são sintomas suficientes para uma ida à emergência. Quando se sente um desconforto próximo ao coração, logo já vem à cabeça a possibilidade de estar tendo um infarto. E, de fato, esses são indicativos do mau súbito, mas não só dele. A ansiedade, condição que vem se mostrando cada vez mais presente após o período de isolamento social, também causa esses sintomas.

Por apresentarem sintomáticas similares, a confusão acontece bem mais do que se imagina, levando pacientes ao setor de urgência sem necessidade ou fazendo com que situações graves sejam minimizadas e não recebam atendimento médico. Por isso, é imprescindível entender algumas diferenças primordiais entre infarto e ansiedade. Assim, sabendo diferenciar, fica mais fácil tomar as decisões certas a tempo!

A duração:

É importante ficar atento ao tempo das sensações e se elas se intensificam ou reduzem com o passar dos minutos, pois isso é uma grande pista para identificar de qual condição se trata.

"As crises de ansiedade normalmente atingem seu auge entre 10 e 20 minutos e, aos poucos, o paciente tende a baixar os níveis de adrenalina e recuperar o controle emocional. No infarto do miocárdio, porém, elas tendem a piorar com o tempo", explica o cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Elcio Pires Junior. 

Os fatores de risco:

Em possíveis casos de infarto, alguns fatores de risco devem ser considerados, ou seja, pontos que fazem com que o evento tenha mais probabilidade de acontecer, como:

  • idade;
  • histórico familiar do paciente;
  • colesterol e açúcar alto;
  • nível de estresse diário;
  • tabagismo e doenças preexistentes, como a diabetes e a hipertensão. 

Obviamente qualquer caso deve ser investigado por um médico, mas pacientes que apresentem essa pré-disposição devem redobrar a atenção e cuidados, especialmente tendo um acompanhamento e mudando seu estilo de vida.

As dores:

Embora a dor no peito esteja presente em ambos os casos, Elcio explica que há uma diferença entre elas. "Importante observar que no caso da ansiedade, a dor também se concentra na área do peito, mas sem a pressão gerada nos ataques cardíacos, que não se limita ao braço esquerdo, podendo irradiar para o braço direito, pernas, dedos, tórax e pescoço". 

Sintomas específicos:

Aprender quais são os sintomas de cada uma das condições pode ser uma dica de ouro na hora de fazer a diferenciação!

  • Ansiedade: aumento brusco da sensação de ansiedade e medo; taquicardia e palpitações; aumento da temperatura corporal; sudorese; tremores; medo de morrer e perda de controle; sensação de estar se afogando; falta de ar; pressão ou desconforto no peito; sensação de entorpecimento ou formigamento.

 

  • Infarto: dor no peito, que pode irradiar para a nuca, queixo, ombros ou para membros superiores; náuseas; dor no abdômen que pode ser confundida com indigestão; falta de ar; palpitações; dormência e formigamento; transpiração intensa e repentina; sensação de desmaio ou desmaio; inquietação e/ou desorientação. 

Aprenda a compreender a ansiedade:

Segundo a psicóloga Christiane Valle, a ansiedade é uma resposta natural do corpo. “É uma preocupação em relação ao que está por vir. Funciona como uma resposta instintiva de sobrevivência para lidar com as situações de perigo”, explica. 

Ela lembra ainda que nem todos os sinais citados aparecerão obrigatoriamente durante uma crise, mas existem aqueles que são os principais e podem ajudar nessa investigação, como o aumento brusco da sensação de ansiedade e medo, as palpitações, tremores, perda de controle, falta de ar e pressão ou desconforto no peito.

As sensações tendem a aparecer abruptamente e atingem seu auge nos primeiros dez minutos. Para lidar com as crises, é preciso tentar desviar a atenção daquilo que está sentindo logo no início dos sintomas, evitando seus agravamentos, com exercícios de respiração, por exemplo.

Embora existam dicas para diferenciar o infarto da ansiedade e vice-versa, não espere para procurar ajuda, pois, o tempo gasto com a dúvida pode ser determinante para o socorro. Sendo assim, ligue para o resgate em casos de emergência e jamais se automedique. 

Fontes: Elcio Pires Junior, cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular; Christiane Valle, psicóloga e responsável técnica da Zero Barreiras — um grupo de psicólogos que realizam atendimentos online e prezam pela saúde mental corporativa.

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