Com cada vez mais pessoas utilizando as redes sociais, a insatisfação com a própria imagem pode afetar a autoestima e gerar dificuldades, fazendo com que alguns se sintam incapazes ou insuficientes para lidar com a realidade.
Uma prova do aborrecimento em relação à aparência física é o Brasil ser líder de cirurgias plásticas mundialmente. O implante de silicone e a lipoaspiração são os procedimentos mais procurados, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Porém, no mundo das cirurgias plásticas, a novidade da vez é a frontoplastia.
A operação, que corrige o tamanho desproporcional da testa, de acordo com Patricia Marques, cirurgiã plástica, foi uma das mais procuradas durante a pandemia. “Tivemos quase o dobro de consultas nos últimos meses, em sua maioria mulheres entre 18 e 30 anos”, pontua.
Segundo Marques, pioneira da técnica no Brasil, mesmo a operação não aparecendo no ranking das cirurgias mais feitas no país, em 2020 houve um boom de curiosidade e dúvidas sobre como funciona a frontoplastia. “Acredito que o uso da máscara evidencie ainda mais a testa maior, como contaram muitos de meus pacientes,” observa a especialista.
Dessa forma, por ser uma cirurgia relativamente nova no Brasil, pouco se sabe sobre os benefícios da operação e como ela realmente funciona, o que acaba gerando muitas teorias e, às vezes, até conclusões falsas sobre o procedimento. Sendo assim, com a ajuda de Marques, confira 6 fatos sobre a frontoplastia:
1- A frontoplastia não mexe com as estruturas ósseas do rosto
Muitos pensam que os cirurgiões alteram o osso presente na testa, mas, na realidade, o procedimento é bem mais simples e menos agressivo do que isso. Segundo Marques, os profissionais fazem uma incisão em "zigue-zague" bem rente do couro cabeludo, retirando o excesso da pele e puxando esta linha capilar para baixo, o que reduz quanta pele há visível na testa, não seu crânio.
2- Não ocorre paralisia facial após o procedimento
Os nervos motores da face não estão na região operada, então não é possível ocorrer uma paralisia. Ademais, a cirurgia por si só não altera feições como a posição dos olhos ou o formato dos lábios. "Este tipo de mudança pode acontecer no lifting facial cirúrgico, por exemplo, que envolve incisões nas laterais do rosto, diferente da frontoplastia", explica a cirurgiã.
3- A cirurgia não é apenas para fins estéticos
Aqueles que pensam ser apenas para o uso estético, está enganado. De acordo com Marques, a frontoplastia também pode ser usada como uma forma de reconstrução e reparação do rosto, como em casos de queimaduras ou tumores, em que a parte afetada precisa ser removida e a pele do couro cabeludo pode ser distendida para fazer a cobertura do defeito.
4- Pode haver queda de cabelo após a cirurgia
Segundo Marques, é um risco que existe em todo procedimento cirúrgico, em que pode haver uma pequena queda de cabelo por alterações hormonais, chamada eflúvio telógeno. Porém, não é permanente, durando poucas semanas.
5- A cicatriz não fica muito aparente
A técnica de incisão utilizada preserva os folículos pilosos, responsáveis pelo crescimento do cabelo. "Conforme a cicatrização progride, cabelo cresce por meio dos cortes, o que ajuda a camuflar a cicatriz, por isso é fundamental o tratamento adequado do couro cabeludo", diz a médica.
Dessa forma, é sempre bom lembrar que, caso o paciente seja homem, a cicatriz pode se tornar aparente mais para frente devido à calvície, recomendado complementar o tratamento com o transplante capilar.
6- A recuperação é tranquila
De acordo com Marques, as pessoas pressupõem que a recuperação é difícil porque acreditam que a frontoplastia envolve a estrutura óssea. Na verdade, a recuperação costuma ser sossegada, com pouca dor e inchaço, mas é importante separar duas semanas para descansar bem.
"A região da cicatriz costuma ficar também um pouco adormecida, mas isto é comum em cirurgias do tipo, e dentro de 3 a 6 meses voltará ao normal", explica.
Fonte: Patricia Marques, cirurgiã plástica especialista em procedimentos de cabeça e pescoço, e membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).