O primeiro contato científico do homem com o zika vírus aconteceu em 1947, em Uganda, na floresta de Zika, no coração da África. A identificação do vírus se deu em uma amostra do soro extraído de uma macaco rhesus, usado como “isca” para estudos sobre a febre-amarela. Os cientistas acreditam que ainda na década de 1940, o vírus tenha migrado para a Ásia, dando origem a uma nova linhagem.
Os primeiros casos de infecção humana foram registrados em 1952, ainda em Uganda. No ano seguinte, a Nigéria também detectou alguns casos. As evidências de que o principal transmissor do vírus seria o mosquito Aedes Aegypti foram confirmadas em laboratório em 1956, quando pesquisadores induziram a transmissão do vírus em ratos usando o mosquito como vetor.
Já na década de 1970, a infecção de humanos pelo zika foi identificada em Serra Leoa, Costa do Marfim, Nigéria, Senegal, Gabão e República Centro-Africana. Apesar de provavelmente já estar presente na Ásia desde o final da década de 1940, os primeiros casos de contaminação de seres humanos pelo zika fora do continente africano foram confirmados entre 1977 e 1978, na Indonésia.
Depois desses pequenos surtos, o zika parecia ter adormecido, como se estivesse à espera do que os cientistas chamam de “janela de oportunidade”. Assim, apenas em 2007 o vírus voltou a dar as caras, dessa vez, porém, de um modo bem mais agressivo. Naquele ano, a Oceania tornou-se o terceiro continente a receber o indesejado hóspede, detectado inicialmente na ilha de Yap, na Micronésia, de onde se espalhou para diversas ilhas.
Em 2013/14, foi registrada uma epidemia com cerca de 19 mil casos suspeitos e 284 confirmações de infecção pelo zika, nas paradisíacas ilhas da Polinésia Francesa, ainda no Pacífico Sul. Durante esse surto, foi observado ainda um aumento incomum de casos de complicações neurológicas como a Síndrome de Guillain-Barré e de nascimentos de crianças com malformação congênita. Surgiam as primeiras suspeitas da relação do zika com a microcefalia.
Em 2015, a epidemia chegou ao Brasil e abriu um novo capítulo nessa história, ainda em desenvolvimento. O primeiro caso foi registrado em Belém do Pará, quando um homem morreu com suspeita de dengue. No entanto, exames de sangue e das vísceras do paciente deram negativo para dengue, mas detectaram a presença do zika.
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Texto: David Cintra – Edição: Giovane Rocha/Colaborador