Diferentemente da tristeza, a depressão não é uma emoção momentânea, e costuma se prolongar por grandes períodos de tempo, carregando outros sintomas e afetando intensamente o cotidiano.
Segundo a psicanalista Cristiane Vilaça, “a tristeza pode ser definida como uma dificuldade em lidar com uma perda, uma dor emocional, um certo estado melancólico, e ocorre quando somos privados de uma satisfação pessoal”.
Já para a depressão, a psicóloga e hipnoterapeuta Luciana Kotaka afirma que a tristeza é persistente e agrega muitas outras emoções. “A apatia, indiferença, falta de prazer nas atividades rotineiras são os indicadores mais comuns a serem observados”, explica.
Ciclo de negatividade
A incapacidade de se obter um retorno positivo das próprias ações desencadeia um estado de desânimo e, às vezes, isolamento. Os pensamentos e reflexões não conseguem trazer à tona aspectos agradáveis das atividades, sejam elas cotidianas ou a longo prazo. Essa perspectiva leva o paciente a enxergar as dificuldades de maneira muito mais intensa.
“Uma característica de quem tem depressão é a ruminação mental, em que os pensamentos vão e voltam com temas específicos e isso promove um desgaste de energia muito grande, potencializando os problemas”, ressalta a psicóloga Luciana.
Como as preocupações persistentes tendem a aprisionar e intensificar a percepção das dores, as pessoas depressivas que não possuem amparo externo acabam sendo levadas a atitudes extremas. De acordo com Cristiane, caso o indivíduo não encontre razões para continuar vivendo, pode passar a acreditar que o suícidio é a única maneira de pôr fim ao seu martírio.
A psicanalista ressalta que é importante as pessoas saberem que existem saídas para essa situação. “Particularmente, entendo que a terapia analítica é a que melhor proporciona ao indivíduo elaborar as questões em nível psíquico e, deste modo, entender os problemas que o atormentam”, finaliza a especialista.
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Consultorias: Cristiane Vilaça, psicanalista; Luciana Kotaka, psicóloga e hipnoterapeuta.
Texto: Angelo Matilha Cherubini/Colaborador – Entrevista: Augusto Biason/Colaborador e Ricardo Piccinato – Edição: Augusto Biason/Colaborador