Muito se fala sobre os problemas íntimos no verão, devido ao uso de piscinas e roupas de banho que costumam permanecer úmidas no corpo. Mas engana-se quem pensa que tais condições só afetam as regiões genitais femininas durante o calor, viu? Alguns hábitos do inverno podem ser verdadeiros vilões para a saúde íntima da mulher.
No frio, a primeira reação é usar mais roupas do que o normal para se proteger das baixas temperaturas. O acumulo de tecidos, porém, impede a ventilação e chegada de luz natural à vagina, favorecendo a proliferação dos fungos, principalmente quando associado a outros costumes prejudiciais, como o consumo excessivo de carboidratos, guloseimas e álcool. Nesse cenário, o fungo candida albicans, causador da candidíase, pode se proliferar com maior frequência e dar início à doença.
De olho nos sintomas
Segundo a ginecologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) Emybleia Meneses, é fundamental saber reconhecer os sinais típicos da candidíase. Dessa forma, é mais fácil identificar a presença da infecção e já buscar ajuda de um profissional.
Entre os principais, ela cita:
- ardência;
- prurido;
- secreção esbranquiçada, principalmente na vulva da vagina;
- pode atingir boca, virilha e dedos;
- possível incômodo ao urinar.
"O tratamento é feito com medicamentos por via oral ou pomada cutânea. Além disso, há enfermidades que podem baixar a imunidade, como gripe, resfriado e até mesmo a Covid-19, favorecendo esse quadro", pontua a médica.
Mudança de hábitos
Embora estações e temperaturas sejam um fator para o aparecimento e agravamento da doença, mudar alguns hábitos pode ser o suficiente para evitar a condição. Para Emybleia, ajustes no estilo de vida são realmente efetivos nesse combate: "evite excessos de roupa, dietas ricas em açúcar, alimentos processados e farinha branca, sono irregular, automedicação e sedentarismo", indica.
Mas como recorrer a menos roupas e ainda assim manter-se aquecido? A proteção contra o frio é primordial para a saúde, portanto, vale deixar de lado o acumulo de peças em momentos de maior aquecimento, como em casa, por exemplo. Nesse sentido, a especialista orienta ainda deixar de lado tecidos sintéticos, justos e úmidos e relembra que os homens também devem seguir tais orientações, visto que a enfermidade pode atingir ambos os sexos.
É importante pontuar também o impacto emocional na candidíase, especialmente durante a pandemia e o isolamento social. "O medo de desenvolver a doença, ansiedade e tristeza pela instabilidade e morte de pessoas queridas são responsáveis também pela redução da imunidade, predispondo o organismo a uma série de doenças, inclusive essa", enfatiza a médica.
Fonte: Emybleia Meneses, médica ginecologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).