Quando a doença está em pauta, a memória é o assunto mais lembrado. Entretanto, é importante ressaltar que, conforme o problema se agrava, outras partes do corpo tendem a sofrer com o distúrbio. Essa é uma das razões pelas quais o Azheimer se caracterizou como uma doença grave e preocupante. “Ela é uma complicação neurológica degenerativa que leva a um progressivo declínio cognitivo. Trata-se, aliás, da principal causa de declínio intelectual (demência) na população, cerca de 60% dos casos. Ocorre predominantemente em pessoas acima dos 65 anos (apesar de existirem casos eventuais em pessoas mais jovens)”, comenta o neurologista Leandro Teles. Conforme o quadro se agrava, o portador do Alzheimer tende a sofrer – além da perda de memória, de concentração e confusão mental – com dificuldades de locomoção, diminuição das funções cognitivas, mudanças de comportamento, dentre outras dificuldades. Por isso, o diagnóstico precoce é a melhor maneira de prolongar a qualidade de vida do paciente e fazer com que os seus transtornos sejam minimizados ao máximo.
Por que o Alzheimer aparece?
A real causa do Alzheimer ainda não foi descoberta pela ciência. O que se sabe é que o fator hereditário pode ser uma influência importante e, além disso, certos hábitos cultivados durante a vida – como a exposição a substâncias nocivas ao cérebro – também podem fazer uma grande diferença, dependendo do caso. A tendência é que, quanto mais atitudes saudáveis forem somadas durante a vida, menores são as chances de que doenças degenerativas se manifestem na terceira idade.
No entanto, existem casos de idosos que não cultivavam atitudes negativas – como tabagismo e sedentarismo – e, mesmo assim, convivem com o Alzheimer. De qualquer maneira, a prevenção deve ser a palavra de ordem da vida de todos os que desejam uma velhice plena e confortável. A alimentação, fonte vital para o corpo, é de extrema importância nesse quesito. “Cuidar do cérebro no decorrer da vida é uma sábia conduta protetiva. Manter-se sempre ativo intelectualmente e evitar e tratar doenças que lesam o cérebro ou seus vasos – tais como hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade, traumas cranianos, alcoolismo, tabagismo, entre outras – acaba por evitar chegar na terceira idade com o cérebro ‘minado’ por patologias clínicas e com uma capacidade cognitiva limítrofe para enfrentar a deterioração de um possível Alzheimer”, salienta Teles.
Estágios do Alzheimer
A pessoa que está sofrendo com a doença tende a passar por três fases principais, ainda segundo o neurologista:
- Estágio leve: o portador passa por uma dificuldade progressiva de fixar novas memórias. Ele se lembra bem do passado, mas apresenta evidentes dificuldades em memorizar coisas mais atuais da rotina. Fica esquecido, repetitivo, deixa de cumprir compromissos, dentre outros sinais. Aos poucos, vai perdendo sua segurança e independência.
- Estágio moderado: além do esquecimento, o paciente passa a se mostrar desorientado no tempo e no espaço. Pode se perder em lugares conhecidos, ter dificuldade de reconhecer rostos familiares e se mostra cada vez mais confuso e menos confiável. Podem surgir alterações comportamentais, como apatia ou agressividade, perda progressiva de autonomia, dificuldades de cálculo e de linguagem, além de problemas com memórias antigas e já consolidadas.
- Estágio avançado: nessa fase, o paciente se mostra ainda mais desorganizado. O esquecimento pode ser muito intenso, dificultando até pequenos diálogos. O indivíduo fica bastante aéreo, interage pouco com o ambiente, pode ter franca dificuldade em reconhecer familiares e apresenta um discurso pobre e confuso. Com a progressão, surgem sintomas motores como engasgos e perda de equilíbrio, de coordenação e de força muscular. Ele evolui para uma deterioração neurológica global, ficando restrito a cadeira de rodas, e posteriormente, à cama, em posição que lembra a posição fetal.
Texto: Paula Santana
Consultoria: Leandro Teles, neurologista
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