A alimentação é um dos pilares fundamentais na vida de qualquer pessoa. Ela é responsável por fornecer vitalidade e energia, além de prevenir doenças como obesidade, diabetes, hipertensão e aumento do colesterol.
No entanto, muita gente ainda enxerga o cardápio saudável e balanceado como algo muito distante da sua realidade — de tempo e dinheiro, principalmente — e acaba recorrendo às versões mais práticas dos alimentos, normalmente congelados, enlatados e industrializados.
Para Irani Gomes dos Santos Souza, coordenadora do curso de graduação em nutrição da Faculdade Santa Marcelina, é preciso desmistificar a alimentação. “A população acredita no mito de que comida saudável tende a ser mais cara. Mas, na verdade, ela envolve o consumo de alimentos pouco processados, naturais, da safra e de melhor acesso. Ou seja, baratos”, destaca.
Com algumas estratégias bem definidas, é completamente viável comer bem gastando pouco! Vamos aprender?!
Planeje
O improviso é um grande vilão para os nossos hábitos alimentares. Afinal, quando não temos muito tempo disponível para a refeição ou não seguimos uma lista de compras, acabamos recorrendo às opções erradas. Pensar em um cardápio semanal, por exemplo, ajuda a reservar momentos para o preparo das comidas e para as idas ao mercado e feira.
Faça boas escolhas
“Opte por alimentos in natura como frutas, legumes e verduras. E também leve para casa aqueles pouco processados, como carnes magras brancas ou vermelhas, feijão, macarrão, arroz, leite e seus derivados”, orienta Irani.
Cozinhe em casa
A nutricionista reforça a importância em fortalecer os vínculos com a tão querida comida caseira. Quem prepara os pratos acaba prestando mais atenção na qualidade nutricional do que consome e evita ingerir fast-foods, entre outras opções pouco saudáveis.
Pense em substituições
Não é novidade que o preço da carne disparou em todo o país e fez com que muitas famílias buscassem alternativas que coubessem no bolso. “É de grande importância se manter atento ao consumo de proteínas, pois elas são as responsáveis pelas estruturas e formação das células, as encarregadas de todos os processos vitais do nosso corpo”, salienta a especialista.
Sendo assim, se a proteína não pode ficar de lado, mas está além do orçamento, é hora de substituir. Pensando nessa reposição, Irani indica feijões, lentilhas, soja, grão-de-bico e ervilhas. “Para evitar anemia, podemos pensar nas verduras verde-escuras e feijões consumidos junto aos alimentos ricos em Vitamina C, como a mexerica e a laranja, para potencializar a absorção do ferro”, acrescenta.
Fique de olho na safra
Observar a produção favorável do mês é uma grande dica para manter o cardápio saudável funcionando. Segundo a nutricionista Adriana Stavro, consumir alimentos da safra é um hábito benéfico para a saúde e também para a carteira. Entre esses benefícios ela cita o custo menor, já que a produção é maior, a variedade garantida pelo consumo sazonal e o sabor mais nutritivo, uma vez que o ciclo natural permite uma menor ingestão de pesticidas na colheita.
Para ajudar você na hora das compras, Adriana listou alguns dos alimentos típicos de outubro:
- Frutas: abacaxi, acerola, banana-nanica, banana-prata, caju, manga, jabuticaba e laranja-lima
- Legumes: alcachofra, aspargo, berinjela, beterraba, ervilha, fava, pepino e tomate caqui
- Verduras: almeirão, catalonha, cebolinha, coentro, espinafre, hortelã e mostarda
- Pescados: atum, bonito, corvina, lambari, linguado, pintado, robalo, salmão e tilápia
Para finalizar, a nutricionista ressalta: “É importante comer frutas, verduras e legumes regularmente, porque estes alimentos fornecem nutrientes vitais para a saúde e manutenção do corpo, além de ajudarem na prevenção de doenças. Os peixes, por exemplo, contêm ácidos graxos ômega-3 saudáveis para o coração.”
Fontes: Irani Gomes dos Santos Souza, nutricionista e coordenadora do curso de graduação em nutrição da Faculdade Santa Marcelina, e Adriana Stavro, nutricionista e especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein.