Vender pão caseiro não é uma tarefa difícil, pois a paixão dos brasileiros por pães é quase unânime. Por isso, vale a pena saber um pouco mais sobre eles e seus ingredientes. Confira dicas e informações sobre o preparo do pãozinho!
Fresco ou seco?
É bem frustrante notar que o pão que você acabou de preparar não cresceu, não é mesmo? Para não desperdiçar ingredientes com esse problema, saiba que o segredo está no fermento. Mesmo sendo usado em poucas quantidades, ele faz toda a diferença no resultado final. Para entender um pouquinho mais sobre ele, é preciso conhecer os dois tipos de fermentos biológicos usados na preparação de pães: o fresco e o seco.
O fermento biológico seco é vendido em supermercados, na forma de pequenos grãos embalados em saquinhos, e deve ser mantido fora da geladeira. A durabilidade é de cerca de 6 meses. Já o fermento fresco tem cor creme-acinzentado e é vendido por peso (gramas) em padarias ou em pacotes em supermercados. Este fermento precisa sempre ser mantido refrigerado. Além disso, a validade é de no máximo 15 dias.
Apesar de aspectos diferentes, ambos têm o mesmo tipo de levedura, por isso podem ser substituídos em qualquer receita, sem alterar o sabor do pão. É só lembrar que 1 tablete de fermento biológico fresco (15g) equivale a 1 colher (sopa) de fermento biológico seco (5g) ou 1 envelope de fermento biológico seco pode ser substituído por 3 tabletes do fermento fresco.
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Farinha branca ou integral?
Assim como o fermento, há mais de um tipo de farinha no mercado. Tem farinha de arroz, de centeio, de aveia e as de trigo. Neste último caso, existe a farinha de trigo integral e a farinha de trigo branca, ou seja, a refinada. A farinha de trigo branca, mais comum entre os consumidores, é derivada da moagem do esperma do grão de trigo. Já na integral, o grão de trigo é moído por inteiro, deixando-a com mais fibras e com um valor nutritivo maior em comparação à farinha branca. Contudo, ambas têm o valor calórico quase que idêntico.
Em todas as receitas de pão você pode incluir farinha de trigo integral. Mas, ela deve ser usada na mesma proporção que a farinha de trigo branca ou em uma quantidade menor. Por exemplo, se a receita solicita 2 xícaras (chá) de farinha de trigo branca, você pode trocar por 1 xícara (chá) de farinha de trigo refinada e 1 de farinha integral. Ou então, 1 e 1/2 xícara (chá) de farinha branca e 1/2 de farinha de trigo integral.
Já se você deseja praticidade, invista nas misturas para pães. Com elas você não precisa acrescentar o fermento e também pode dispensar a adição de grãos e outros itens para dar sabor seu pão, pois já há as opções como o mix pão integral, mix pão multigrãos, pão italiano, baguete francesa etc.
Ovo fresquinho
Além da importância da farinha de trigo e do fermento na preparação do pãozinho, os ovos também são essenciais para que a receita dê água na boca ao sair do forno. Mas para isso acontecer, eles precisam estar frescos. Mas não vale somente olhar na data de validade da embalagem. É interessante fazer um teste, colocando o ovo em um copo com água. Se ele afundar na horizontal, está fresco. Já se o ovo boiar com a ponta para baixo ou boiar até a superfície, está velho. Outra dica na hora de utilizar os ovos, é de sempre retirá-los da geladeira antes de iniciar o preparo da receita para que estejam em temperatura ambiente na hora de misturá-los aos demais ingredientes.
Xô, mofo!
Os pães caseiros têm um gostinho especial, diferente de produtos industrializados, preparados em máquinas e com muitos componentes químicos. Entretanto, o pão feito em casa tende a durar menos, e esse fator pode ser levado em consideração na hora do cliente decidir em comprar a sua receita caseira ou o pão no supermercado. Por isso, vale apostar em produtos antimofo que não alteram o sabor e retiram a umidade sem deixar o pão seco, aumentando a conservação e o prazo de validade do seu pãozinho. Um pão caseiro sem um produto que previna a formação de bolor tem validade de cerca de 1 semana. Já com o antimofo o mesmo pão pode durar por até 15 dias.
Além do uso do antimofo, há outras maneiras para melhorar a conservação dos pães caseiros. A primordial é a limpeza, tanto do local onde o pão está sendo produzido, dos equipamentos, quanto da pessoa que está com a mão na massa, que pode contaminar o pãozinho e favorecer o surgimento do mofo. Depois de retirar o pão do forno, também é preciso muita atenção. No caso do pão de forma, por exemplo, que pode ser vendido já fatiado, é importante cortar as fatias somente após o resfriamento do pão.
Dicas para fazer um pão delicioso e não errar no ponto
- Evite muito calor: se você aquecer demais o líquido (água ou leite) que irá ativar o fermento, pode dar errado. A dica é deixar levemente morno, pois passando dos 40ºC, o calor pode matar o fermento e seu pão não cresce.
- Fermento e sal não combinam: se você exagerar no sal, pode matar o fermento, por isso é importante não colocá-los em contato direto. O ideal é espalhar a farinha nos cantos do recipiente para evitar que isso aconteça.
- Qual é o ponto de sova? O ideal é sovar a massa pão até que ela fique bem elástica e lisa. E como saber se está correto? Faça o teste: aperte a massa com o dedo e observe, se ela começar a “voltar”, está no ponto. O ideal é sovar por 10 a 15 minutos.
- Não se esqueça do açúcar! Mesmo que o pão seja salgado, o fermento biológico deve ser ativado com açúcar, pois o fermento precisa de algo para se “alimentar”, e o açúcar é aposta certa.
- Não deixe o pão esfriar no forno: isso pode ressecar o pão e deixá-lo muito duro.
Texto: Lirian Pádua/Isabela Zamboni