Para acompanhar um delicioso petisco, nada melhor do que uma cerveja bem gelada. Por isso, preparamos um guia com alguns dos principais tipos de cervejas e dicas de como harmonizá-las com as comidas. E, como todo exagero faz mal, também explicamos como as bebidas alcoólicas podem prejudicar o seu organismo. Boa degustação!
Cerveja loira ou morena?
Água, lúpulo e fermentação de algum cereal maltado – geralmente a cevada. Essa é basicamente a receita da cerveja. Algumas variam e trazem trigo, arroz e outros ingredientes para reproduzir sabores de café, mel, limão e até chocolate em sua composição. A cerveja do tipo pilsen é a mais consumida pelo brasileiro, por ser mais leve e com sabor não muito amargo – é a mais comum, encontrada em todos os bares e supermercados. Ela faz parte da categoria (ou família) lager, caracterizada pela baixa fermentação ou fermentação a frio (de 6 a 12° C), com teor alcoólico entre 4 e 5%. Essas cervejas possuem cor dourada e quase transparente, devido ao malte claro utilizado em sua produção. “Dentro dessa categoria, existem diversos tipos de cervejas claras, com aromas, sabores e características distintas, alguns mais amargos, outros frutados, uns mais alcoólicos e outros menos”, explica Roberta Fiorini, beer sommelier da BeerManiacs, distribuidora de cervejas nacionais e importadas. Quando a fermentação ocorre a temperaturas mais altas, entre 15 e 24° C, as cervejas são da categoria ale, em que as leveduras sobem à superfície do líquido durante a fermentação, resultando em uma cerveja mais forte, encorpada e com sabor frutado. Nesse caso, as cervejas são mais escuras ou pretas.
Combina com o quê?
Muitas vezes, experimentamos vários tipos de cervejas e destilados com petiscos até encontrarmos a combinação ideal, mas existem alguns métodos de harmonização que facilitam na hora de servir em casa ou escolher o que pedir fora. “Sempre devemos pensar na força da cerveja e do alimento. Por exemplo: uma cerveja leve e pouco alcoólica, como a pilsen, deve ser harmonizada com alguma comida leve também, como um queijo mais suave, tipo a mussarela ou uma salada, pois os sabores não vão se sobrepor, mas sim unir-se”, ensina a sommelier. Já a cerveja do tipo bock, mais encorpada, um pouco mais alcoólica e com dulçor, pede algo não tão leve, como um queijo gorduroso, tipo parmesão ou gruyère. E diferente do que muitos pensam, alguns estilos de cerveja também vão muito bem com sobremesas. “A stout é uma cerveja escura com sabor “torrado”, denso e semelhante ao café e pode ir muito bem com um brownie de chocolate, por exemplo, pois o amargor da bebida quebra o dulçor intenso da sobremesa e vice-versa, tornando a harmonização perfeita”, explica Roberta.
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Não exagere!
Barriga estufada, azia, refluxo, aumento da pressão arterial, desidratação, intoxicação do fígado e redução dos reflexos e da atenção em atividades motoras. Esses são alguns dos efeitos produzidos em nosso corpo quando ingerimos álcool em excesso. Quem mais sofre é o fígado – que tem o papel de metabolizar as toxinas –, e o pâncreas – que, ao produzir muita insulina, faz com que a glicose que circula no sangue e não será utilizada naquele momento seja armazenada sob a forma de gordura.
Acerte na dose
Segundo Tamara Mazaracki, nutróloga e médica ortomolecular, “bebidas com alto teor alcoólico, como a aguardente, são mais perigosas porque é fácil errar na dose e exagerar”, mas em grandes quantidades, todos os tipos de bebidas podem trazer danos à saúde: “O fígado metaboliza facilmente até duas doses de bebida. Após isso, salvo algumas exceções dependendo da genética, o álcool é danoso”, comenta. Para as mulheres, apenas uma dose é o suficiente.
Previna!
Tomar uma colher (chá) de óleo de coco ou azeite extravirgem antes de beber não é lenda. Ricos em ácidos graxos essenciais, os lipídios protegem o fígado contra os efeitos danosos da bebida alcoólica, forrando a mucosa do estômago e reduzindo a absorção de álcool. Evite a ressaca do dia seguinte tomando água mineral, de coco ou sucos junto com a bebida, a fim de diluir o teor alcoólico e não desidratar o corpo.
Texto: Nathalia Boni
Consultoria: Roberta Fiorini, beer sommelier da BeerManiacs, Tamara Mazaracki, nutróloga e médica ortomolecular e Cristiane Ruiz, nutricionista.