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A ativista, que já foi baleada pelo grupo extremista, usou as redes sociais para pedir ajuda e proteção às potências globais
Malala cresceu sob o domínio do Talebã e atualmente luta pelo direito de mulheres e meninas estudarem - Reprodução / Instagram @malala

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"Estou profundamente preocupada com as mulheres", diz Malala sobre Talebã ter assumido o Afeganistão

A ativista, que já foi baleada pelo grupo extremista, usou as redes sociais para pedir ajuda e proteção às potências globais

A tomada de Cabul, capital do Afeganistão, pelo grupo extremista Talebã no último domingo (15), relembra o ano de 2008, quando a ativista paquistanesa Malala Yousafzai precisou fugir da região onde morava após a dominação do grupo. Com o impedimento de que meninas fossem à escola, ela se posicionou publicamente e defendeu o direito educacional feminino.

O livro A história de Malala, publicado pela Astral Cultural, conta a trajetória da ativista, cujo ato de coragem não conferiu apenas reconhecimento, como também um tiro na cabeça, em 2012, quando voltava da aula. Gravemente ferida, Malala se tornou uma personalidade global e recebeu ofertas internacionais de ajuda. 

Após sua recuperação, passou a lutar ativamente para que mulheres e meninas pudessem frequentar as escolas e estudar de maneira segura e fundou a "Malala Fund" — organização que trabalha para que garotas possam aprender e liderar sem medo. Por isso, a jovem de 24 anos ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 2014. 

Preocupação com mulheres e minorias

Poucas horas depois da dominação do Talebã, Malala usou o Twitter para comentar sobre a situação e manifestar sua preocupação com o país e, sobretudo, com mulheres, minorias e defensores dos direitos humanos. No tweet, ela ainda pede ajuda às potências globais para controlar a situação e fornecer auxilio e proteção à população.

"Assistimos em completo choque enquanto o Talebã assume o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupado com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos. As potências globais, regionais e locais devem exigir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis". 

Na última segunda (16), a ativista recorreu novamente à rede social para agradecer a primeira-ministra da Noruega Erna Solberg por sua liderança e por permitir que ela compartilhasse as preocupações das mulheres que estão no Afeganistão. 

"Obrigada por sua liderança, primeira-ministra, e por me permitir compartilhar as preocupações que estou ouvindo de mulheres no Afeganistão. Eu peço ao Conselho de Segurança que aprove uma resolução para proteger as mulheres, meninas e minorias afegãs", disse Malala. 

Erna Solberg também usou a rede para deixar registrado seu agradecimento à ativista sobre tudo que ela tem feito pela população do Afeganistão nesse momento de horror e disse ainda que a Noruega atenderá sua solicitação de ajuda.

"Querida Malala, obrigada por defender mulheres e meninas e pela proteção dos civis durante a turbulência que vemos no Afeganistão agora. A Noruega atenderá sua chamada em nosso trabalho no Conselho de Segurança", garantiu a primeira-ministra. 

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