Com o home office e a suspensão das aulas presenciais diante da ameaça do novo coronavírus em crianças, adultos e grupos de risco, uma grande parcela da população mundial terá que enfrentar um período em casa. A decisão é uma estratégia para impedir a propagação do vírus, ao evitar aglomerações.
Porém, o período de isolamento está longe de ser férias e exige responsabilidade e organização dos pais. Nessas semanas, é importante que os pequenos se envolvam em tarefas pedagógicas para ampliar e exercitar boa parte de seu potencial, “gastar a energia” e continuar desenvolvendo as habilidades cognitivas.
É essencial também que as crianças e adolescentes tenham consciência de que o momento é de recolhimento e proteção de si e dos outros, principalmente dos mais velhos. Em entrevista a Alto Astral, a coordenadora de Educação Infantil do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo, Rosana Marin, afirma que, nesse momento delicado e de restrições, as crianças terão, oportunidades reduzidas de interação.
“Por isso, será ainda mais importante, em diversas situações, incentivar, valorizar e continuar favorecendo o desenvolvimento do brincar. Os familiares precisarão reorganizar a rotina dos pequenos, contudo, mantendo, dentro do possível, os mesmos períodos de ‘compromisso’ da criança, com as principais atividades do seu dia a dia: no período em que ela iria para a escola, estudar; hora de brincar; tomar banho; jantar em família”, explica.
Coronavírus em crianças
Embora quase não mostrem sintomas e aparentemente sejam mais resistentes ao vírus, as crianças podem portá-lo e transmitir para outras pessoas, especialmente aos idosos. Por ser uma situação atípica, é necessário estabelecer algumas questões sobre o que deve ser feito e evitado quando há pequenos em casa.
A especialista em educação Janaína Spolidorio, elaborou algumas dicas e orientações para guiar os pais nesse período de isolamento domiciliar, afim de entreter e guiar a criança durante essa fase.
1. Oriente e explique as circunstâncias
Esta é uma questão indiscutível. A criança deve ter consciência que não são férias regulares e ela terá que dar continuidade em algumas rotinas escolares, de modo remoto. Ao conversar com elas, explique a importância de manter-se em casa e cuidados de higiene, atualizando-as sobre o avança da situação do coronavírus, ainda que em uma linguagem mais acessível, e tudo isso demonstrando calma e segurança.
2. Redobre os cuidados higiênicos
Se antes era ensinado o “básico” da higiene pessoal, agora todo cuidado é pouco. Lavar as mãos com sabão e caprichando nos detalhes, limpar com frequência a tela de aparelhos eletrônicos como smartphones e tablets, maior atenção com objetos de uso pessoal, como escovas de dente, pentes, vestimentas, e higienização em geral são recomendados. Essas medidas ajudarão a diminuir as chances de exposição do coronavírus em crianças.
3. Controle o tempo de tela
Os smartphones, tablets e televisões podem ser prejudiciais se utilizados por muitas horas. Limite o tempo de seu filho nos aparelhos para que não venha a ter problemas depois. Os eletrônicos podem causar dependência futura, comportamentos negativos, como teimosia e impaciência, e, até mesmo, afetar importantes funções cerebrais da aprendizagem, incluindo concentração, atenção e memória. Pode ser cômodo, no momento, usar o aparelho para entreter a criança, mas no futuro consequências desagradáveis podem surgir.
4. Monte uma rotina
Esta é a dica de ouro! As crianças funcionam muito bem com rotinas. Na verdade, na escola, elas são condicionadas a se adaptarem nelas com facilidade. Um exemplo prático é o fato de ter grade de horário para estudar nos colégios. Desta forma, se desde a primeira semana em casa os pais estabelecerem uma rotina de “recesso”, mesclando revisões escolares com tempo livre ou de lazer, será mais fácil o controle e a convivência com a criança durante o período isolamento.
5. Evite confraternizar
Se a intenção é barrar o vírus, nada de muito contato com pessoas “de fora”. Em condomínios, por exemplo, evite que seu filho fique na casa dos colegas e vice-versa, procure não fazer reuniões com amigos ou familiares. O contágio pode ocorrer sem que se perceba, durante esse tipo de ocasião. Mesmo que você não esteja no grupo de maior risco, poderá transmiti-lo de forma inconsciente.
6. Evite cumprimentos efusivos
Cumprimentar é algo que fazemos sempre e de modo intuitivo. Além de tentar se conter, oriente a criança a fazer o mesmo. Algumas são muito naturais quando abraçam os colegas ou dão beijinhos carinhosos nos avós. Compreender o motivo de evitar este tipo de comportamento é essencial para que seja possível diminuir a possibilidade de contágio por esta forma.
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