Engana-se quem pensa que a pandemia e o isolamento domiciliar afetou apenas humanos. Com a rápida proliferação da doença e o bombardeamento de fake news, muito se discutiu sobre a influência do coronavírus em animais de estimação. Afinal, é possível eles serem infectados?
Segundo informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não há registros de que cães, gatos, pássaros ou outros possam transmitir a Covid-19. Embora as análises continuem em processo e atualizações constantes, a notícia veio para acalmar os papais de pets.
Ainda assim, todo cuidado é pouco. Uma vez que o vírus pode permanecer por horas sobre superfícies, os pelos dos animais tornam-se possíveis focos de proliferação. Por exemplo, se uma pessoa infectada tosse próximo a um cachorro, gotículas de saliva ou catarro tendem a ficar presas nos fios. Assim, quando alguém for acariciá-lo, e levar as mãos ao rosto, ficará exposto ao coronavírus.
A partir deste ponto, compreender que as medidas de prevenção e higiene também devem ser aplicadas aos pets é fundamental. Em entrevista ao Portal Alto Astral, a estudante de veterinária Tamires Tessari lista algumas orientações básicas que farão a diferença na rotina dos bichinhos em tempos de reclusão.
Medidas para manter o bem-estar do pet durante a quarentena
Passeios
Basta ouvirem o barulho da coleira, para os rabinhos já começarem a mexer freneticamente. Alguns até podem fugir, mas não há como negar que qualquer animal adora ver um movimento. Por isso que passeios são essenciais para o bem-estar e saúde dos pets.
Durante a quarentena, porém, essas voltinhas devem ser limitadas. Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), são orientadas apenas quando feitas em períodos curtos e longe de aglomerações.
Também é recomendado o mínimo possível de contato direto tanto com outros animais quanto com humanos – até mesmo o dono. “A regra vale para antes, durante e depois dos passeios. Quando entrar em casa, lembre-se de passar um lenço umedecido nas patas e pelo, ou então usar spray de banho seco“, afirma Tamires.
Carinhos
Alguns animais não estão acostumados em ver os seus donos tanto tempo em casa. Consequência: pedem carinho quase toda hora. Isso quando não é a pessoa que fica atrás do pet para abraça-lo e entretê-lo.
Mesmo com a transmissão direta de coronavírus em animais de estimação ter sido descartada, vale ficar atento a alguns cuidados básicos. “Lembre-se de que não há qualquer garantia de que não haverá transmissão do Covid-19 se alguém tocar na pelagem contaminada“, explica a estudante.
Mas, se é impossível ficar sem dar e receber carinho desse bichinhos, melhor aumentar o rigor na higiene.
Necessidades
Muitos donos treinam os seus animais de estimação para fazerem xixi e cocô fora da residência, na rua. Nesses casos, a recomendação cai novamente para passeios curtos e sem qualquer tipo de contato com outros bichos e humanos.
A profissional indica “voltinhas no quarteirão, na calçada de casa são ótimas opções“. E alerta: “Também não se esqueça de recolher as necessidades sólidas com saco plástico“.
Banho e tosa
Seguindo as recomendações da OMS, as pessoas devem circular pelas ruas apenas quando extremamente necessário. Por isso, higienize o seu bichinho em casa, utilizando chuveiro, mangueiras ou tanques. A frequência da tosa também deve diminuir até que a rotina se normalize.
Brinquedos
Estão liberados! Porém, é necessário a limpeza com água e sabão antes e depois das brincadeiras. Nenhum objeto que entre em contato com o pet deve ser manuseado por uma pessoa contaminada.
Tamires ressalta que há brinquedos perfeitos para épocas de reclusão. “Há vários opções de itens interativos que, conforme o seu bichinho morde ou chacoalha, um petisco começa a cair, fazendo ele gastar mais energia e ficar mais entretido. Eles amam peças que fazem barulhos ou que dê pra roer“.
Camas
É importante que nessa fase de pandemia, o animal não suba em sofás, cadeiras e camas de seus donos. A mesma medida vale para os locais de descanso destinada a eles. Após o passeio, limpe os pelos e patinhas para que possam descansar.
Máscaras
A veterinária afirma que não há necessidade do uso de máscaras em pets. Uma vez que o coronavírus em animais de estimação é diferente daquele visto hoje, o Covid-19.
Consultas em veterinário
De acordo com o CFMV, o atendimento em clínicas veterinárias deve ser, preferencialmente, agendado e com a presença de apenas um responsável para evitar a aglomeração de humanos.
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