Uma vida inteira dedicada a missão de amar a Deus acima de todas as coisas… Assim pode ser definida a vida de Francisca de Paula Jesus, conhecida pelos fiéis como Nhá Chica. Ela foi declarada beata no ano de 2013, em Minas Gerais, durante uma grande celebração que aconteceu na cidade de Baependi. Ser uma beata, significa que ela ainda não é uma santa, mas os devotos podem fazer orações a ela e pedir por sua intercessão. Conheça, a seguir, a história desta discípula do Senhor.
Caminhada de fé
Nascida Francisca de Paula de Jesus, em 1808, no Distrito de Santo Antônio das Mortes, em São João Del Rei, em Minas Gerais, Nhá Chica se mudou para Baependi, no mesmo estado, com sua mãe, uma ex-escrava e seu irmão, Teotônio. Com eles, tinham poucos pertences e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Aos 10 anos, ficou órfã, e ela e seu irmão passaram a viver aos cuidados de Deus e da Virgem, que ela carinhosamente chamava de ‘Minha Sinhá’. Pouco a pouco, Nossa Senhora conquistou seu coração e a menina nada mais fazia sem antes consultá-la.
Nhá Chica nunca se casou, rejeitou todas as propostas de casamento que apareceram. Foi totalmente dedicada ao Senhor. Desde jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões. Se dava bem tanto com ricos quanto com os mais necessitados. Atendia a todos os que a procuravam, sem discriminação alguma. Muitos não tomavam uma decisão sem antes consultá-la e, inclusive, era considerada uma ‘santa’. A essa denominação ela respondia apenas que rezava com fé.
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Sua fama de santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo, para pedir-lhe orações. Nhá Chica era analfabeta, desejava somente ler as Escrituras Sagradas. Quando alguém as lia para ela, ficava feliz. Compôs uma novena a Nossa Senhora da Conceição e, em sua honra, construiu uma igrejinha ao lado de sua casa, onde venerava uma pequena imagem da santa. Em 1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Assim, teve início uma obra de assistência social para crianças necessitadas, a “Associação Beneficente Nhá Chica” (ABNC) que acolhe hoje, mais de 160 crianças.
Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, aos 87 anos de idade, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da capela por ela construída. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante os quatro dias de seu velório. Ela foi beatificada no dia 4 de maio de 2013 e todo ano, no dia de sua morte, é realizada uma celebração em sua cidade natal.
Oração a Nhá Chica
“Deus nosso Pai, vós revelais as riquezas do vosso reino aos pobres e simples. Assim agraciastes a bem-aventurada Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, com inúmeros dons: fé profunda, amor ao próximo e grande sabedoria. Amou a Igreja e manteve uma terna devoção à Imaculada Conceição. Por sua intercessão, concedei-nos a graça de que precisamos (pedir a graça). Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”
Dom fr. Diamantino Prata de Carvalho, OFM. Bispo Diocesano de Campanha-MG
A carta do Papa Francisco lida no dia da beatificação da Nhá Chica
“Acolhendo o desejo do nosso Irmão Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, OFM, assim como de muitos outros irmãos no episcopado e de numerosos fiéis, tendo consultado a Congregação para as Causas dos Santos, declaramos por nossa autoridade apostólica que a Venerável Serva de Deus, Francisca de Paula de Jesus, leiga, virgem, mulher de assídua oração, perspicaz testemunha da misericórdia de Cristo para com os necessitados do corpo e do espírito, doravante seja chamada beata, e a sua festa seja celebrada, nos lugares e da maneira estabelecida pelo direito, todos os anos no dia 14 de junho”.
Fonte: http://www.nhachica.org.br/
Texto e pesquisa: Redação Alto Astral | Edição: Júlia Martins/Colaboradora | Design: Aline Barudi