A maior parte das mulheres está sofrendo com uma significativa piora da pele e o aumento das espinhas na quarentena. As causas parecem não ter explicação aparente e o rosto cheio de acne só contribui mais ainda para que o isolamento social seja uma fase difícil.
Para entender o quê está causando esse agravamento no quadro e como evitar a erupção cutânea nesse período, nós conversamos com a Dra. Fabiana Seidl, dermatologista formada pelo Instituto de Dermatologia Prof. Rubem David Azulay.
Como explicar o aumento das espinhas na quarentena?
Segundo a médica, as lesões podem aparecer por diferentes motivos, que estão relacionados à má alimentação e, até mesmo, ao uso errado de produtos na face. “São vários fatores que podem contribuir para a piora da acne na quarentena. Estresse, consumo excessivo de alimentos com alto índice glicêmico, uso de artigos incorretos ou uma lavagem exagerada do rosto. Esses fatores levam a uma desregulação no desenvolvimento de sebo pelas glândulas sebáceas, fazendo com que elas aumentem sua produção. Com isso, há a piora da oleosidade e consequentemente da acne”, explica.
Estresse e acne
Ainda que pareça que uma coisa não tem nada a ver com a outra, elas estão intimamente ligadas. Luciana destaca que o lado emocional influencia muito na piora do quadro. “Quando estamos estressados ou ansiosos liberamos uma quantidade maior de cortisol. Essa substância estimula a produção de hormônios androgênicos que são responsáveis por aumentar a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e consequente surgimento ou piora da acne”, afirma.
Como a reclusão social e a pandemia geram uma série de incertezas na nossa mente, todas essas inseguranças acabam sendo projetadas em nosso organismo. Isto é, fazendo com que nossos hormônios trabalhem motivados a partir desses sentimentos que estamos vivendo. Por isso, para evitar as erupções cutâneas, é necessário procurar seu centro e entender que esse é um momento passageiro.
Cuidado com o álcool em gel
Se tem um produto que está em alta é o álcool em gel. No entanto, ainda que ele seja essencial para a prevenção contra o coronavírus, é preciso ter muito cuidado para não passá-lo no rosto quando estiver aplicado em suas mãos, por exemplo. De acordo com a especialista, ele não deve entrar em contato com a face em hipótese alguma. “O álcool resseca muito e pode causar irritações e dermatites piorando o quadro de acne”, aponta.
Alimentação
Luciana ressalta que existem alimentos que, comprovadamente, pioram a acne. “O consumo excessivo daqueles que possuem alto índice glicêmico (açúcares e carboidratos refinados) e lactose podem ser prejudiciais para a saúde da pele”.
Para ela, é importante investir em uma dieta balanceada. “Legumes, verduras e frutas, com carboidratos de baixo índice glicêmico são ideais nesse momento. Além disso podemos aumentar a ingestão de peixes com alto teor de ômega 3, ou mesmo suplementar em forma de cápsulas, pois ele ajuda a diminuir a inflamação. Algumas dicas de alimentos são: arroz integral, quinoa, aveia, salmão, sardinha e castanha do Pará.”
Evitando as espinhas na quarentena
Além da alimentação, a médica também aproveitou para dar algumas dicas básicas de como evitar o surgimento de acne durante o isolamento social. ‘Lavar o rosto apenas duas vezes ao dia e usar produtos específicos para o seu tipo de pele são orientações essenciais para atravessar essa fase.”
Procurando um médico
Caso seja necessário buscar por um médico especialista no assunto, Luciana ressalta que é possível realizar consultas sem precisar quebrar a quarentena. “Hoje, já existe a opção de fazer exames via telemedicina, regulamentada pelo conselho federal de medicina. Assim, o profissional poderá orientar os pacientes que não se sentem confortáveis em sair de casa”.
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