Vanessa Gerbelli abriu o jogo sobre cuidados com beleza na Guia da TV 155. Aqui no Papo Feminino você confere trechos extras da entrevista com a atriz que vive Zeres, vilã da minissérie A História de Ester, da Record.
Guia da TV: Falando sobre vilões
Vanessa: “Ninguém é de todo mau e de todo bom. Isso deixa o trabalho mais profundo. Essa personagem existiu e foi ampliada na minissérie. Acho que a vilania por si só não diz nada. A vilania, o gesto de maldade, atacar uma criancinha pode fazer meio dúzia rirem, mas é muito vazio. É bom embasar psicológica e ideológicamente essa maldade e não tratá-la como uma coisa maniqueísta. Procuro ter um fundamento: o que essa mulher está pensando, qual o real sentimento dela. Estou tentando fugir do estereótipo de que o vilão só é tudo de mau. Eu não gosto. Ela é humana e isso é o que me interessa em todos os trabalhos.”
Guia da TV: Como você avalia esse trabalho, agora que as gravações acabaram e está indo pro ar?
Vanessa: “Acho que foi um dos trabalhos mais prazerosos pra mim na televisão. Desde o inicio a gente teve uma consideração e uma orientação muito apurada por parte dos diretores. Tivemos um historiador. Ninguém faz nada a revelia. Temos uma base histórica, uma base para os costumes, gestos, andar. Pela primeira vez a Record teve uma pessoa, a Maria Silvia, que fez preparações, improvisações, a gente vinha pra cá só pra vestir o figurino. Não pra gravar. Fiz improvisações com o Paulo Gorgulho, com o Paulo Nigro que vou levar para o resto da vida. A gente se emocionou, chorou, contou histórias da própria vida. Isso é umtrabalho que é de um ator: pensar em nossas experiências e trazer para as cenas. Foi uma preparação quase teatral. Foi uma das coisas mais gratificantes que eu fiz na televisão. Pode ser que as pessoas olhem e digam: ‘a Vanessa estava melhor em outra novela. Nessa minissérie, ela não está tão bem’. Mas, com certeza, essa foi a que me deu maior prazer e maior segurança pra entrar em cena.”
Guia da TV: E sua parceria com a Record, já que você é a estrela da casa?
Vanessa: “Acho que é uma coisa que tenho que agradecer pelo reconhecimento deles. Mas esse posto de ‘estrela’ é uma coisa que me incomoda um pouco. Não quero nem ter essa responsabilidade e não acredito muito nisso. Mas entendo o que você esta falando. Mas eu sou muito grata a Record e ao Tiago Santiago que me trouxe pra cá. Ele nem está mais aqui, mas os trabalhos que fiz aqui me renderam frutos. A Record é interessante, porque ela tem um frescor de inicio. Foi a primeira vez que fizeram um workshop pra fazer uma série. A direção vinha assistir aos ensaios e ficavam olhando, apaixonados. Isso é uma coisa boa, porque está ajudando a escrever a história de uma emissora. Isso é fascinante e tem um peso impagável. Ter iniciado a historia da dramaturgia em uma emissora. É muito legal.”
Guia da TV: E o visual na minissérie?
Vanessa: “Era um cabelo bem comprido, mas eu cortei agora, porque fica melhor pra mim. É mais prático.”
Texto e edição: Julia Dantas
Entrevista: Eliane Martins/Colaboradora
Fotos: Philippe Lima/AgNews