Na pele do sedutor Gilmar, Alexandre Nero está aprontando todas na trama global das seis. Depois de dois papéis de bom moço, o ator se prepara para conquistar o carinho das pessoas, mesmo com seu cruel personagem.
Guia da Tevê: Tem terá cenas quentes com mulheres, por causa do horário?
Alexandre: Pois é, além de ser um personagem mais leve, pairando sobre o humor, não é uma comédia. está longe de ser uma comédia. ele tem o jeito de falar engraçado, tem alguns exageros de mau humor. Além de ser uma novela, é das seis, e meu vilão não é para ser um serial killer. É tudo mais leve. Ele é um pilantra.
Guia da Tevê: É um mulherengo?
Alexandre: É. Mas isso é o menos importante pra ele. Ele gosta é de dinheiro. Na verdade, estou tentando fazer com que tudo que passo seja com muita verdade. E estou procurando esse personagem muito próximo do que a gente imagina. Ele está mais presente na nossa vida do que na ficção. Ele quer dinheiro. Não interessam os meios. Somente os fins. Ele quer dinheiro. Pra mim, ele é uma vitima nesse sistema., quer dizer, só valorizam quem tem dinheiro.
Guia da Tevê: Você vem de dois personagens bons, o quitandeiro e o peão, as pessoas ainda confundem ator com personagem? como acontece com você?
Alexandre: Sem duvida, tem gente que confunde com o personagem. tinha gente que pensava que eu era aquele verdureiro, um amor de pessoa e não sou. Pensavam que eu era um homem 100% de bem, como o Terêncio era, e não sou. As pessoas tem que entender que também não sou tão cruel como esse persoangem agora, o Gilmar. Acho que não estamos mais, diante de tanta informação, naquela situação de alguém bater na gente por causa de um personagem mau. Já compreendem que é uma brincadeira. Mas acho que há uma antipatia. E se eu conseguir passar isso para as pessoas, me dou por satisfeito, porque esse é meu trabalho agora.
Guia da Tevê: O tempo na televisão é menos cruel para os homens do que para as mulheres?
Alexandre: Não é só na TV, mas acho que na vida é assim. Homem de cabelo branco é charmoso. Mulher de cabelo branco sofre preconceito. Acho que o mundo é mais delicado com homem do que com a mulher. Acho que por isso existe o 8 de março para que as pessoas reflitam sobre as igualdades. Mas é tudo uma questão cultural nossa. A sensação que se tem é que o homem quanto mais velho mais interessante e a mulher, quanto mais velha, mais velha.
Entrevista: Eliane Chimenti/Colaboradora
Texto: Larissa Faria
Foto: Alex Carvalho/Divulgação TV Globo