A edição N52 do São Paulo Fashion Week (SPFW) falou sobre regeneração, ou seja, a importância de reestruturar-se, principalmente após a pandemia. O conceito por trás da semana de moda ficou claro tanto nas passarelas, quanto nas filas para assistir aos desfiles: a pluralidade desfilou e encantou. Se antes não havia espaço para modelos plus size, curvy, idosos, cadeirantes e negros, desta vez eles dominaram o cenário fashion e provaram a importância da representatividade de pessoas reais na moda.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por THAIS CARLA ♡ MILITÂNCIA GORDA (@thaiscarla)
Essa ampla diversidade é resultado de uma medida inédita adotada pelo SPFW: a regra de equidade racial. Além disso, ter essa representatividade em um evento de moda desse porte gera identificação e reconhecimento também por parte de quem assiste. Não é à toa que vimos o público brilhar em looks coloridos e ousados sem medo, além de muitas drag queens que marcaram presença e roubaram os flashes com plumas, salto altos e muito brilho. Demais, né?!
Moda descomplicada
O estilista Isaac Silva fechou as passarelas do Fashion Week de São Paulo no sábado (20) trazendo a energia baiana que levantou a plateia. Com direito a axé e funk em pegada eletrônica como trilha sonora, os modelos deixaram para trás o olhar sério e se divertiram junto ao público, dançando. Nos pés, sandálias, alpargatas e chinelos Havaianas, mostrando uma tendência mais descomplicada, acessível e democrática.
Proketo Sankofa
Abrindo os desfiles, o projeto Sankofa trouxe para o SPFW marcas de moda comandadas por estilistas negros, incentivando e ampliando essa narrativa. Na passarela, as roupas refletiam a luta desses povos, bem como sua identidade. O clima foi de protesto social e reconhecimento, mostrando a potência da cultura para o mundo e ganhando o devido reconhecimento.
Os novos caminhos da moda
Ainda que as questões étnico-raciais tenham sido levantadas e honradas nos desfiles, os corpos maiores ainda não ocupam tanto espaço quanto deveriam. É claro que essa pluralidade dos modelos mostra um novo rumo a ser seguido na moda, no entanto, ainda faltam outras inclusões para chegarmos no cenário ideal e igualitário para todos.