Você corre para escapar do trânsito, buzinas, britadeiras… Chega em casa na esperança de repouso e encontra barulho de aspirador de pó, máquina de lavar, liquidificador… Esses são apenas alguns exemplos da poluição sonora a que somos submetidos diariamente. “O desconforto causado pelos sons pode modificar a qualidade do sono, que, por sua vez, potencializa o estresse. Se o incômodo for contínuo, o organismo vai somando e acaba estimulando o desenvolvimento de doenças, apresentando consequências na saúde emocional, psicológica e física”, afirma a médica do trabalho Nadja de Sousa Ferreira.
Limites sonoros
Tecnicamente, a poluição sonora se caracteriza com a exposição a sons acima de 90 decibéis (dB), durante 8 horas consecutivas, sem proteção auricular, segundo Nadja. Nessas condições e de maneira contínua, a saúde pode ser afetada de modo grave e até irreversível. No entanto, vale ressaltar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o estresse auditivo tem início sob exposições acima de 55 decibéis. Veja as consequências de acordo com a intensidade dos sons:
- Até 55 decibéis – não causa problemas.
- Entre 56 dB e 75 dB – pode incomodar, mas não gera malefícios à saúde.
- Entre 76 dB e 89 dB – pode afetar a saúde.
- Acima de 90 dB – dependendo do tempo de exposição, a saúde pode ser prejudicada de modo irreversível.
Corpo, cabeça e coração
A exposição a ruídos desconfortáveis pode afetar uma pessoa física, psicológica e emocionalmente, prejudicando o convívio social, o desempenho no trabalho e até o funcionamento do organismo. Saiba como isso acontece:
Corpo: a poluição sonora pode elevar o ritmo cardíaco, a pressão sanguínea e as contrações musculares; aumentar os níveis de glicose (podendo desencadear o diabetes tipo 2); prejudicar a circulação do sangue (gerando eventuais infarto, derrame e impotência sexual); interromper a digestão, a produção de suco gástrico e o fluxo de saliva; gerar dores de cabeça e náuseas; entre outros.
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Cabeça e coração: perda de concentração, irritação permanente, diminuição dos reflexos, desânimo, redução do apetite sexual, fadiga mental, insônia, ansiedade, depressão, tensão e medo são alguns dos distúrbios emocionais e psicológicos.
Texto Redação Alto Astral / Consultoria Nadja de Sousa Ferreira, médica do trabalho