A evolução dos smartphones marcou, entre muitas coisas, a possibilidade de você poder ter uma enorme gama de conhecimentos a sua disposição ao toque de uma tela, sejam eles informações que você procura na internet, dados pessoais, como senhas, e outros conteúdos que você quer ter sempre ao alcance para poder se lembrar, como fotos e vídeos dos bons momentos da sua vida.
Essa facilidade de armazenamento fez com que as pessoas exigissem cada vez mais capacidade de memória nos seus aparelhos, com medo de perder a oportunidade de registrar algo do seu dia a dia, seja uma festa com amigos e familiares ou o bichinho de estimação fazendo alguma coisa engraçada e, assim, não ter mais como “voltar” àquele tempo. Mas, e quando esse receio se torna uma realidade e os episódios começam a sumir das recordações como se nunca tivessem ocorrido? O medo de envelhecer e não conseguir se lembrar é bastante comum entre o grande público, visto também que não há perspectiva de cura para transtornos mentais característicos da idade avançada, como o Alzheimer.
O processo de memorização no cérebro é bem mais complicado do que parece, uma vez que depende do bom funcionamento de células nervosas para ocorrer normalmente. Essas estruturas responsáveis são os neurônios, que, por meio de sinapses, ou seja, da comunicação (conexão por meio de ramificações chamadas dendritos) entre eles, formam as memórias. Essa função cerebral, segundo a médica geriatra Roberta França, “abrange o arquivo e a recuperação de experiências vividas. Está intimamente ligada à aprendizagem e à aquisição de novos conhecimentos, ou, em outras palavras, é a retenção do conhecimento aprendido”.
Como essas células estão espalhadas por todo o encéfalo, é difícil determinar uma estrutura específica onde ocorre o mecanismo de recordações. Porém, sabe-se que o hipocampo é conhecido como uma das principais áreas cerebrais responsáveis pela fixação dos fatos a serem recordados, mais especificamente, os de longo prazo e memórias relacionadas às capacidades sensoriais, como cheiros, sons, gostos, etc.
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Texto: Angelo Matilha Cherubini
Consultorias: Roberta França, médica geriatra.