Você imagina o seu dia a dia sem música? Seja em casa, no carro ou em momentos de diversão entre amigos ou família, uma trilha sonora geralmente faz parte de nossas atividades. Além disso, algumas composições marcam determinados momentos de nossa vida: namoro e a turma da escola são alguns exemplos. Mesmo que nem todos se familiarizem com o mesmo gênero, a música tem uma presença importante na vida das pessoas.
Música, cérebro e prazer
“A música faz parte de todas as culturas, porque é uma produção própria do homem. O indivíduo é influenciado pela música e consequentemente a produz, seja pelo uso da voz, de instrumentos musicais ou pelo simples ato de batucar em alguma coisa com um objeto”, comenta o musicoterapeuta David Maldonado.
Algumas pesquisas apontam que os primeiros instrumentos musicais podem ter surgido entre 40 mil e 70 mil anos atrás. Dentre as descobertas, estão alguns tambores e flautas que eram produzidas com ossos ocos e furos.
David também menciona que a música, após ser captada pelos ouvidos e passar pelo sistema de percepção do cérebro, é capaz de estimular alguns pontos na pessoa. “Uma das áreas mais acessadas é o denominado sistema límbico, uma região no centro do cérebro que é responsável pelo processamento das emoções. Desta forma, a música é capaz de ‘ativar’ emoções primitivas, como o prazer e a aversão”, explica.
Felipe Viegas, professor e doutor em fisiologia geral da Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, reitera esse poder das canções em gerar satisfação nas pessoas. “Temos um centro de prazer (chamado núcleo accumbens) que é ativado todas as vezes que entramos em contato com algum estímulo que é positivamente muito valioso e recompensador”, descreve. Felipe também cita que, após esse processo, essa parte do órgão produz uma vontade para recebermos mais desse elemento gratificador.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: David Martins de Almeida Maldonado, musicoterapeuta da clínica Musiclin, em São Carlos (SP), e especialista em neuropediatria; Felipe Viegas Rodrigues, doutor em fisiologia geral pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade do Oeste Paulista.