A memória pode ser subdividida, levando em consideração a região do cérebro responsável, a duração e o nível de consciência. Isto é, dependendo da ocasião e da importância do fato, o armazenamento irá variar. Isso porque o encéfalo (uma região cerebral) identifica o que é relevante e, de certo modo, descarta o resto. O neurologista Ricardo Krause descreve os exemplos citados como:
Diferentes tipos de memória
• Episódica: “responsável pelas experiências pessoais em um determinado lugar e tempo. A região do lobo temporal medial e as estruturas do hipocampo são as áreas do encéfalo envolvidas nesse caso”, explica. Um exemplo é lembrar do jantar em um restaurante e saber quando ocorreu.
• Semântica: “é o nosso ‘arquivo pessoal’ para armazenar conceitos ou fatos, que não estão relacionados com a nossa experiência pessoal. As áreas do encéfalo ligadas são a porção inferior e lateral do lobo temporal”, relata. Refere-se geralmente ao conhecimento comum, como saber o nome do atual presidente da república.
• De trabalho: “tem como principal área responsável pela sua execução a região do córtex pré-frontal. São informações rapidamente descartáveis”, frisa. Isso ocorre, por exemplo, com um número de telefone. O processo é dividido em três partes: 1) capacidade de guardá-lo após ler ou ouvir por alguns segundos; 2) memorizar o número até o momento de discar; e 3) após ligarmos, descartá-lo da nossa memória.
• De procedimento: “ligada à capacidade de o indivíduo aprender habilidades que posteriormente serão usadas de forma ‘automática’ e inconsciente. Nesse caso, as regiões são a área motora suplementar, os gânglios da base e o cerebelo”, cita. Você executa algumas atividades relacionadas a essa memória e nem percebe, como andar de bicicleta, trocar a marcha do automóvel ou tocar um instrumento musical.
• Declarativa ou explícita: Ricardo Krause afirma que é a “função de armazenar e recordar fatos e acontecimentos de forma consciente, tais como a memória episódica e a semântica”.
• Não declarativa: Segundo o especialista, é “aprendida de forma condicionada, como a de procedimento. Essa memória, geralmente, só é reconhecida ao ser aferida pelo desempenho do indivíduo”.
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Ricardo Krause, neurologista