A pílula é um dos métodos contraceptivos mais tradicionais. Segundo um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), ela representa uma parcela de 24% da escolha de métodos por mulheres. Apesar da sua eficiência, que está entre 95% e 99%, o procedimento pode resultar em efeitos colaterais, como dor de cabeça, náusea, perda de líbido. Além disso, anticoncepcionais podem aumentar o risco de trombose, que é a formação de um coágulo na veia.
Por que os anticoncepcionais podem aumentar o risco de trombose?
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres que utilizam pílulas possuem de quatro a seis vezes mais chances de desenvolver trombose, e o risco aumenta com a idade. “A incidência é que quatro a cada dez mil mulheres tenham a doença, e, entre 35 e 39 anos, o número passa para nove a cada dez mil”, conta o ginecologista e obstetra Jan Pawel Andrade Pachnicki, professor do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP). A doença é caracterizada pela formação de coagulação de sangue em uma veia profunda, a trombose acontece, geralmente, em membros inferiores, como panturrilhas e coxas.
Segundo o médico, as veias da perna têm, naturalmente, maior dificuldade de transportar o sangue para o coração (retorno venoso prejudicado) – e o uso de pílulas contendo etinilestradiol podem potencializar essa complicação. “A piora do retorno venoso e lesões nos vasos de membros inferiores aumentam a chance da formação de um trombo pelo uso de alguns contraceptivos. Se os coágulos de sangue se soltam, há risco de pararem nos pulmões ou no cérebro, bloqueando o fluxo sanguíneo e levando à morte”. Pachnicki adiciona que, além do uso do contraceptivo, histórico familiar de trombofilias, obesidade e uso de cigarro podem elevar ainda mais os riscos de trombose.
Diagnóstico
Assim como anticoncepcionais podem aumentar o risco de trombose, é necessário ficar atento a outros fatores. Segundo Pachnicki, histórico familiar de trombofilias, obesidade e uso de cigarro podem elevar ainda mais os riscos da doença. Estima-se que cerca de 60% das predisposições à trombose sejam atribuídas a fatores genéticos. Os testes moleculares permitem determinar este risco de forma preventiva, garantindo uma melhor qualidade de vida ao paciente.
“Um diagnóstico assertivo e precoce é essencial para o acompanhamento médico adequado, permitindo a tomada de ações antecipadas antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas. Os exames moleculares permitem fazer um acompanhamento preciso da saúde da mulher. Alguns, conseguem pesquisar alterações genéticas no feto, ainda durante a gestação, utilizando como amostra o sangue materno, sem oferecer qualquer risco ao feto”, comenta Nelson Gaburo, gerente do DB Molecular.
A pesquisa de predisposição à trombofilia pode ser realizada a partir de uma amostra simples de sangue. Dessa forma, é possível determinar o risco do indivíduo em desenvolver a formação de trombos, que podem inclusive causar perdas fetais repetidas. Gaburo também comenta que, com o resultado do teste genético, podem ser tomadas ações preventivas para evitar a formação destes trombos, como o início de um tratamento medicamentoso e mudança no estilo de vida da paciente.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Jan Pawel Andrade Pachnicki, ginecologista, obstetra e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP); Nelson Gaburo, gerente do DB Molecular
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