A sigla “TOC” quer dizer “Transtorno Obsessivo Compulsivo” e já é conhecida pela maioria das pessoas. Apesar do real significado da doença nem sempre entrar no contexto, não é incomum ouvir alguém afirmar que tem TOC porque não gosta de observar os quadros tortos na parede, ou porque precisa manter os sapatos organizados no armário. Esses podem, sim, ser sintomas dessa doença que afeta a mente – mas, nem sempre, hábitos de organização ou limpeza podem indicar o transtorno.
Será que é?
“Antes de detalhar qual o limite para fazermos o diagnóstico, é necessário entendermos o que são obsessões e compulsões, que fazem parte da definição de TOC”, avisa o psiquiatra Marco Antonio Abud Torquato Jr, que explica as diferenças entre essas duas palavras:
Obsessão
“É um pensamento que ‘invade’ nossa mente, sem que consigamos freá-lo. É um pensamento nosso, mas é involuntário, com o qual muitas vezes não concordamos e que causa muito incômodo e ansiedade. Todos nós podemos ter um pensamento obsessivo em alguns momentos”. Um exemplo é o trecho de uma música que permanece vindo à mente sem nossa vontade – às vezes, nem gostamos da música! – isso pode gerar irritação e tem um caráter obsessivo.
Compulsão
Está mais ligada a um comportamento. “É algo que ‘precisamos’ fazer para aliviar um pensamento ou uma sensação ruim. O indivíduo tenta, às vezes, controlar a ação, não fazer, mas é difícil e acaba cedendo”. Esses comportamentos também podem fazer parte do cotidiano, por exemplo: quem está de dieta e acaba cedendo a um doce (ou dois, três…), quem precisa economizar dinheiro e compra uma roupa nova, quem organiza a mesa mesmo não estando bagunçada. “Todas essas ações podem ter um caráter compulsivo em alguns momentos. Uma frase comum para exemplificar uma compulsão é ‘eu não sei por que preciso checar a porta, não tenho nenhum pensamento ou medo, mas tenho que verificar várias vezes até me sentir seguro’”. Para desconfiar do TOC, a pessoa precisa ter obsessões e/ou compulsões e três elementos devem ser observados:
Tempo: ficar mais de uma hora por dia imersa em obsessões ou realizando compulsões;
Sofrimento: pensamentos ou ações incomodam bastante e não podem ser evitados;
Prejuízos: no contexto profissional, social, em relacionamentos ou em outras áreas importantes da vida devido aos sintomas.
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